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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

CARTA AO MINISTRO GEDDEL


É impressionante como no Brasil assuntos meramente policiais são tratados como se políticos fossem. Casos de corrupção envolvendo peixes grandes da política nacional são observados sempre sob a ótica leniente dos interesses partidários, desprezando-se qualquer discussão que envolva conduta ética ou moral.


O caso da recente prisão do Sr. Antonio Lomanto Neto (PMDB-BA) durante a Operação Expresso, acusado de receber R$ 400 mil em propinas de empresários do setor de transporte é emblemático.


Em matéria publicada no Jornal “Tribuna da Bahia”, edição de 01/12 (ontem), o Ministro responsável pela indicação do gatuno para a presidência da AGERBA, Sr. Geddel Vieira Lima, afirma ser “favorável a qualquer iniciativa para se combater os casos de fraudes”, mas tenta remeter o leitor ao equivocado pensamento de que o caso só emergiu graças à saída do PMDB da base aliada do governo do estadual. Segundo o Ministro, “a Operação Expresso foi uma ação policial com claro viés político”.


Ora, Senhor Ministro!


O que se discute nesse momento não é o desentendimento temporal entre agremiações partidárias. O que se deseja saber, e isso merece uma resposta urgente e satisfatória, é se o resultado da operação policial culminou com a desarticulação de uma quadrilha que agia dentro de uma instituição publica ou se todo o processo investigatório fora construído apenas com o objetivo de incriminar vitimas inocentes de uma acirrada luta pelo Poder. A prevalecer a última hipótese, todas as provas contidas nos autos do inquérito criminal que apura o caso estarão absolutamente contaminadas por imperfeições jurídicas, portanto de fácil explicação.


O que não podemos nem devemos aceitar é que o Ministro, até pela envergadura do cargo que ocupa, se utilize de insinuações maldosamente plantadas por um escriba sem qualquer credibilidade, para atacar, sem apresentar provas, a quem quer que seja.


Evocar a figura pouco ilustre do Sr. Claudio-Humberto-Bateu-Levou para levantar suspeita contra o Governador Jaques Wagner chega a ser de uma ingenuidade sem paralelo. Coisa de quem anda atordoado com o plantel de acusações que pesam contra seu partido e, quiçá, contra si.


Se o Ministro tem conhecimento de que o “gordo” ou “Gordinho” do Governador atende pela alcunha de “mamedinho” ou “Chico”, sendo este o “operacionalizador” de interesses escusos do ocupante do Palácio de Ondina, que venha a publico e denuncie. Se existe alguma “mansão que estaria sendo construída sem lastro financeiro”, segundo afirma, que ponha a boca no trombone. O povo da Bahia certamente saberá retribuir por tão valiosa informação. Mas, se essas insinuações não passarem de mais uma estratégia rasteira para colocar pessoas de bem no limbo em que Vossa Excelência se encontra, da mesma maneira, a Bahia saberá conduzi-lo – sem algemas- ao ostracismo a que estão condenados os covardes, corruptos e detratores da dignidade alheia.


A Bahia espera por sua resposta.


Por Washington Pereira
 

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