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domingo, 26 de outubro de 2008

Sobre vitórias e derrotas

Cumpre-me informar que ainda irá demorar um tempo razoável para que vocês descubram se ganharam ou se perderam as eleições deste ano. Neste momento, só saberemos quem são os políticos que ajudamos a vencer ou que conseguimos derrotar.

Os processos eleitorais - que, no Brasil, infelizmente ainda se assemelham a disputas entre torcidas organizadas - costumam gerar nos eleitores a sensação de terem vencido ou perdido, fazendo com que se confundam com seus candidatos e partidos.

O eleitor, porém, jamais ganha ou perde nada até que seu candidato comece a governar. Aí, depois de algum tempo, ele saberá se com seu voto derrotou alguém ou apenas a si mesmo.

Será que o eleitor do presidente George Bush achou que tinha ganhado a eleição quando a vitória de seu candidato foi confirmada? Garanto que o “vitorioso” americano de quatro ou oito anos atrás descobriu agora que comemorou muito cedo.

Quantos serão os eleitores de Bush que perderam seus empregos, seus negócios, suas casas, seus carros e até amigos e família? E quantos terão se sentido vitoriosos quando as urnas anunciaram a vitória daquele que já dizem ser o pior presidente americano?

Por outro lado, quantos brasileiros que se sentiram derrotados com a vitória de Lula em 2002 ou em 2006 vêm colhendo frutos viçosos e suculentos da “derrota” eleitoral que então acharam que sofreram?

O que tento explicar é que, quando a maioria elege um político, ninguém ganha ou perde imediatamente - e não ganha nem perde sozinho. O conjunto da sociedade é que, bem depois da eleição, acaba colhendo os frutos do que plantou.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O que a mídia oficializada esconde a gente vê na mídia alternativa

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Tem gente que torce contra.

Eduardo Guimarães é uma das raras riquezas do nosso país. Confira!

Vacina anti-febre amarela

matou 8 pessoas este ano

Recebi correspondência do Ministério Público Federal informando-me, na condição de presidente do Movimento dos Sem Mídia, do andamento da representação que fizemos naquela instituição denunciando possível crime de alarma social cometido pelas Organizações Globo, pelo Grupo Folha, pelo Grupo Estado, pela Revista Veja, pelo Jornal do Brasil, pela Revista IstoÉ e pelo Jornal Correio Brasiliense em janeiro deste ano. A carta de rosto do MPF (supra reproduzida) veio acompanhada dos dados pedidos por aquele Ministério em julho deste ano ao Ministério da Saúde. Segundo informações do MS – e para meu espanto –, a situação é muito mais grave do que se suspeitava. Vale ressaltar que a mídia, que tanto noticiou o surto previsível e sazonal de febre amarela ocorrido no início deste ano, agora esconde dados que mostram que a campanha midiática denunciando suposta epidemia de febre amarela causou quase tantas mortes e adoecimentos quanto a doença em si, pois aquela campanha estimulou a sociedade a se vacinar indiscriminadamente e disso decorreu que: 1 – O Sistema de Vigilância de Eventos Adversos Pós Vacina contra Febre Amarela registrou 53 ocorrências de casos suspeitos (de adoecimento devido à vacina) 2 – Destes, 23 pacientes foram hospitalizados por conta da vacina contra a febre amarela 3 – Dentre os 23 hospitalizados por causa da vacina, 8 (oito!!) pessoas morreram. 4 – Três dessas pessoas morreram por choque anafilático. 5 – Dentre os 15 eventos adversos não confirmados, 5 foram descartados e 10 outros estão sob investigação 6 – Houve surtos de febre amarela nos anos de 1984, 1993, 1999/2000, 2003, 2007/2008 7 – O surto de 2007/2008 foi inferior a todos os outros, apesar de a vacinação ter explodido neste último surto. O material do MS prova cabalmente quanto foi atípico o comportamento da mídia neste ano apesar de que em todos os surtos anteriores houve muito mais casos de morte por febre amarela e muito menos casos de reação adversa à vacina. O Ministério Público federal deu 20 dias úteis para o Movimento dos Sem Mídia se manifestar nos autos. Pretendo começar a trabalhar já na resposta às defesas dos meios de comunicação que se manifestaram no processo e nas considerações que o Ministério Público nos facultou fazer sobre tudo que já se tem disponível em termos de evidências para a instalação de um Inquérito Civil contra os meios de comunicação supra mencionados. Reproduzo, abaixo, o relatório do Ministério da Saúde. Posteriormente publicarei a íntegra do documento.

Fonte: Cidadania.com

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Quem conhece a Rádio Sisal não se surpreende!


Rádio Sisal tira do ar programa “que falava de Wagner e Lula”
“Falando com o trabalhador” é um programa de rádio conhecido na cidade de Valente, em pleno semi-árido baiano. Há 11 anos informa a população, sempre aos domingos, sobre direitos sociais e previdenciários, tipo agenda de atendimento no INSS, festas comunitárias, mensagens de familiares. Um clássico programa de interesse público. Ia ao ar sob a responsabilidade do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares de Valente (Straf).

A direção da Rádio Sisal comunicou dia 16 de outubro a suspensão do contrato aos diretores do Straf, Maria Madalena e Claudionor Aquino. O argumento é perturbador. Os proprietários Edvaldo de Carvalho e Carlão Barros disseram que o programa estava veiculando matérias sobre os governos Lula e Wagner e, para cúmulo do absurdo, informando e comentando os resultados das eleições municipais em Santa Bárbara, serrinha e Quixabeira – cidades em que o PT ganhou – além de Conceição do Coité e Valente.

O programa, que sempre ia ao ar às 6h30 da manhã de domingo, alcançava cerca de 60 municípios que compõem as regiões do Sisal, Vale do Jacuípe, Piemonte e Nordeste do semi-árido baiano. “Falando com o trabalhador” difundia o “Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), Programa Fome Zero/Bolsa Família e Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Milhares de trabalhadores do campo deixaram de ouvir a conhecida vinheta “A terra dá, a terra come, a terra é que produz e o povo passando fome. No Brasil, quando houver reforma agrária, nunca mais a pobreza passa fome”.

O programa agora está à procura de uma nova emissora que não faça censura política.

Procure Robinson Almeida, Leninha, que ele resolve.

Fonte: Bahia de Fato

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Morra Eloá. Viva Serra/Kassab!

Após um mês e quatro dias, volto a postar neste espaço.
Quis fazê-lo antes, porém achei melhor me conter um pouco. Julguei que estava muito exaltado após ter de suportar uma campanha eleitoral local pautada no discurso corrente do "eu sou melhor porque porque fulano(a) deu mais cheques sem fundo do que eu" além de outros argumentos e esforços para ver demonstrar quem roubou mais. Ver uma eleição municipal ser resolvida com argumentos como estes, quando se tinha outros simultaneamente, mas sem espaço por conta do barulho das torcidas do eterno BaVi da política jacuipense me convenceu de que não havia possibilidade de uma discussão racional num momento em que só a paixão tem lugar e poucos me levariam a sério. Passada a euforia da insana eleição municipal, vieram fatos de abrangência nacional tratados de forma semelhante, e como tal, não encontrei razão para comentar de imediato.
Após perceber que embora minoria, já existe alguém menos covarde que eu, que começou a opinar contrariamente à bíblia midiática, ou seja, o Código de Processo Tucano Paulistano. Aqui vou eu mais uma vez.


Eu poderia abordar com destaque nesta postagem, as vidas que foram salvas pelo gesto solidário da família da menina Eloá, ao autorizar a doação de órgãos daquela que foi sacrificada por uma tragédia, mas que por um gesto de solidariedade consegue manter pulsando seu coração, oxigenando e filtrando outro sangue, dando luz a outras pessoas, enfim possibilitando que outras sete vidas tenham prosseguimento em perfeitas condições de saúde.
Não sem reconhecer a grandeza deste gesto, devo também falar de algo que na contramão da ética e do exemplo dado pela família de Eloá, fez e continua a fazer a imprensa brasileira.
Enquanto o país chora e exporta mais uma vez para o mundo a imagem de um país que se destaca também pelo despreparo da polícia, o gesto insano de Lindemberg caiu como providencial para cobrir outro fato escandaloso ocorrido em São Paulo um dia antes da tragédia "protagonizada" por uma pessoa fora de si.
Com a ajuda da mídia, o governador José Serra, dá ao país o "veredicto" irrecorrível sobre fatos absurdos provocados e alimentados pela incompetência, indiferença e arrogância.
O fato ao qual me refiro, ocorrido um dia antes da tragédia anunciada que sacrificou Eloá, foi o incidente do enfrentamento entre policiais civis e militares em frente ao Palácio Bandeirantes. Por total irresponsabilidade, incompetência e indiferença no trato da segurança pública do Estado de São Paulo, o governador José Serra, dá prosseguimento à política de arrocho salarial e opressão ao funcionalismo público paulistano. Há 14 anos que a polícia de São Paulo não tem aumento salarial. Com tal situação, torna-se totalmente desnecessário buscar outra razão para o nascimento e o "cultivo" de grupos criminosos como o PCC que nasceu dentro dos presídios paulistanos no período em que o estado é (des)governado pelo PSDB.
Na quinta-feira passada, quando o país assistiu estupefato à guerra entre as duas polícias de São Paulo, a mídia foi de uma competência "serrenha". Logo foi buscar do governador José Serra o "veredicto" para anunciar ao país a causa daquele vergonhoso incidente. E a culpa, claro, era do PT, do PDT, da CUT e da Força Sindical. Enfim, daqueles que apóiam a candidatura de Marta Suplicy à prefeitura da capital paulistana.
Motivação política. Eis o veredicto do tribunal de um homem só, José Serra. A autoridade suprema, irrecorrível em seus veredictos aos quais a mídia interpreta como lei e lhe dá efeitos efeito de lei. Após a sentença serrana, a imprensa completa o texto da peça jurídica e já sabe quais termos finais de uma sentença e os cumpre sem penstanejar, afinal é sentença do juiz, portanto, Intime-se. Registre-se. Publique-se. Cumpra-se. Após, Arquive-se.
E como fiel cumpridora da "lei serrana" a imprensa brasileira, após o ritual de praxe, encerrou o caso.
Foi um julgamento em tribunal de um homem só. Não teve defesa, não teve testemunhas, não teve advogado ou promotor nem conselho de senteça (jurados). Bastou o entendimento monocrático do Serra e dispensou-se todas as demais vozes. Nem réu, nem vítima, nem sociedade teveram direito à palavra.
Divulgou-se a sentença e o assunto morreu, ou seja, deu-se o arquivamento do feito transitado em julgado com resolução do demérito na forma do artigo da melhor conveniência do Código de Processo Tucano Paulistano.
E como a morte de Eloá beneficiou a dupla Serra/Kassab nesta história?
Ora, com a dimensão que o caso tomou e com a comoção que causou, além de contribuir para que o povo paulistano não perceba o caos que o PSDB criou em São Paulo, não somente, mas sobretudo, na segurança pública, e principalmente não saiba quem são os principais culpados por tudo isso, ficou muito fácil distorcer tudo, ignorar o que não interessa aos interesses de José Serra (neste momento, eleger Kassab para a prefeitura Paulista, para fortalecer a candidatura de Serra à Presiencia da República em 2010) e colocar toda a culpa da incompetência de uma polícia abandonada, sem material técnico e humano adequado, atribuindo tudo isso ao acaso e principalmente ao descontrole de um criminoso inconseqüente que por ciúmes matou a ex-namorada.
Mais uma vez, uma pessoa morreu para salvar a "ordem", os status quo da elite paulistana, tal qual ocorreu com a cruxifição de Cristo, que serviu à manutenção do domínio do povo pela elite sacerdotal judaica, a única classe que tirava vantagem da dominação romana na Palestina, há 2000 anos atrás.
Poderia ainda falar dos inúmeros erros cometidos pela incompetente polícia paulistana. Mas, tentei fazer isto oralmente com quem ía encontrando, porém quase que a totalidade das pessoas com quem tratei do assunto, já havia sido intimada da sentença "serrana" pela mídia e não pude mais falar nisso, visto que o caso já transita em julgado, portanto, sem recurso.
Nem mesmo o fato de um dos maiores especialistas em segurança pública do mundo, um brasileiro que treinou a SWAT estadunidense, os seguranças do Vaticano e agentes de segurança de Israel ter declarado no Fantástico, ontem à noite, que a incompetência da polícia neste episódio o fazia sentir vergonha de ser brasileiro, teve repercussão na imprensa. Como a opinião de uma pessoa tão gabaritada como este especialista, compromete por demais o veredicto serrano, o assunto parou ali e contrariando a praxe e a lógica, não foi mais exibido em nenhum outro telejornal da Globo, a menos que eu não tenha prestado a atenção necessária, apesar dos meus esforços para tanto.
A partir daí, todas as reportagens feitas pelas TVs, enfocam apenas a frieza e o grau de periculosidade do marginal descontrolado. Os "supostos" erros da polícia que devolveu uma ex-refém menor de idade ao seqüestrador, além dos outros erros e total ausência de meios técnicos e profissionais indispensáveis à solução deste caso, deixaram de ser questionados. Afinal, repito: o processo transitou em julgado e arquivado com resolução do demérito na forma do artigo da melhor conveniência do Código de Processo Tucano Paulistano. Irrecorrível, portanto.

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