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segunda-feira, 30 de junho de 2008

Se meu travesseiro falasse...

Após um longo período sem postar nada, após os festejos juninos e de volta de Salavador onde passei alguns dias participando de um curso, volto a postar hoje um texto do meu antigo banco de dados. Não sei bem como qualificá-lo, talvez sirva apenas como complemento do meu perfil. Embora tenha sido escrito em 2004, os relatos servem ainda como referencial para a personalidade do autor.

(C0mo quase todos os textos do banco de dados do autor, este também foi produto de atividade estudantil do período da faculdade).




SE MEU TRAVESSEIRO FALASSE...

Tive muito trabalho para fazer amizade com quem descansa a cabeça todas as noites sobre mim. Não sei se fui eu ou a esposa dele quem conseguiu nos unir. Até os seus vinte e oito anos de idade, o sujeito de tão fechado a conversas que é, não tinha aceitado minha contribuição, talvez por medo de que eu lhe perguntasse alguma coisa sobre sua pessoa. Ele usava sempre o próprio braço para repousar a cabeça ao dormir e nas noites de angustiantes insônias, que a julgar pelo que ocorre hoje, não eram raras. Passavam a noite em conversas ou perturbações depressivas. Só depois que ele se casou foi que resolveu aceitar minha ajuda devido à insistência da sua esposa em aproximar-nos.
Atualmente somos grandes amigos. Parece até que sou seu único confidente, depois que ele descobriu que pode contar com meu silêncio. Percebo a grande dificuldade que ele tem para expressar o que sente. É um sujeito muito crítico e observador e segundo diz, poucos o entendem. Na verdade ele não é uma pessoa fácil de ser entendida.
Outro dia, conversamos sobre alguns fatos vividos por ele, dos quais lhe sobraram algumas perseguições pelo fato de ter emitido opiniões sinceras sobre a política de sua cidade e mais recentemente sobre a sua religião. Os políticos locais sempre o perseguiram, embora ele tenha suportado essa perseguição com mais tranqüilidade, pois sempre soube que não poderia esperar algo diferente de tão vis criaturas. Porém as últimas perseguições vindas da parte da igreja católica, para a qual trabalhava, realmente mexeram muito com ele. Acreditava, pois, que o padre apesar de humano também, fosse alguém mais preparado e capaz de praticar com desenvoltura a humildade e se preciso fosse, como para o caso em questão, praticasse ao menos caridade. Foi-lhe terrível a constatação de que para alguns padres, a humildade e a caridade são virtudes que devem ser praticadas sempre por outras pessoas.
Ultimamente tenho testemunhado sua angústia perante situações que enfrenta e, atualmente, pelo fato de estar desempregado, sua dificuldade em organizar suas idéias aumentou bastante. Nesses quase quatro anos em que começou a cursar a faculdade, realmente nunca o tinha visto com tantas dificuldades em realizar seus trabalhos acadêmicos. Já passam de três meses que ele vem quotidianamente repetindo que precisa fazer um trabalho para a disciplina de Didática. O trabalho consiste em comentar um maravilhoso livro intitulado “Se minha mesa falasse...”, autoria de Ricardo Spindola Mariz. A professora deixou livre a data da apresentação, a quantidade de laudas, a metodologia, etc., e esta liberdade ao invés de ocasionar tranqüilidade, ocasiona-lhe inquietação. É um sujeito que se considera sem muita criatividade – o título deste texto pode representar bem isso, caracterizando-se como um plágio – e é extremamente preocupado com seus deveres.
Diz-me sempre que tem dificuldades com a tal da sintaxe, e que as disciplinas da linguagem não lhe atraem muito devido ao fato de estarem extremamente condicionadas a regras convencionais da gramática – criadas, muitas vezes, para legitimar o falar eloqüente de uma elite privilegiada e quase sempre preconceituosa.
Pela sua trajetória de militância política em alguns movimentos sociais e principalmente dentro da Igreja Católica, certamente dar-lhe-iam melhores possibilidades as graduações de história, geografia, sociologia, filosofia e quem sabe até a psicologia.
O desafio de trabalhar com a disciplina “português” o preocupa, pois ele crê não estar nesta, o seu maior potencial. Lamenta o fato de a faculdade de Letras Vernáculas ter-lhe sido a única acessível até os dias atuais. A vida não lhe proporcionou outras possibilidades ou ele não soube provocá-las.
Diz-me sempre que vê a profissão de professor como um verdadeiro sacerdócio e que por isso é preciso exercê-la com extrema competência, responsabilidade e amor não só para com a disciplina simplesmente, mas, sobretudo, com o ser humano, ser inacabado e em permanente construção e crescimento.
Chega a ser-lhe perturbador o medo de mostrar-se incapaz de efetivamente dar conta de tão valiosa contribuição que, se mal exercida, pode causar enorme prejuízo ao indivíduo a quem se deveria estar ajudando com amor e gratuidade.
Percebo-lhe uma excessiva falta de autoconfiança e creio que também há um pouco de orgulho escondido neste medo de errar, apesar de reconhecer que nisto também há muito de timidez.
Não é muito chegado a debates com pessoas as quais não conhece realmente suas intenções ou não deixam claras suas ideologias.
Isto se agravou muito devido a uma experiência que viveu na faculdade quando um professor, consciente ou inconscientemente, buscou por diversas vezes desqualificá-lo na totalidade de suas intervenções durante suas aulas.
Quando eu, ou a consciência dele questionamos o porquê dele insistir em concluir o curso de Letras Vernáculas, ele responde meio confuso que além de não achar justo abandonar o curso depois de tanto sacrifício, tanto da sua parte como de outras pessoas que confiaram nele e o ajudaram com sacrifícios maiores, ainda resta-lhe a esperança de poder atuar como professor de literatura, o que julga ser a história com estética, e que até então só cursou uma pequena parte das disciplinas desta licenciatura.
Se eu pudesse falar, teria tanta coisa a dizer que uma só conversa não daria conta de esgotar esse meu desejo. Certamente eu ficaria confuso tanto quanto a pessoa da qual estou falando. Por isso acho que neste momento devo fazer uma pausa para retomar a conversa outro dia.
... (pausa) ...

(Retomada)
Olá, são passados exatos quinze dias daquela primeira conversa e acho que tenho fatos novos para contar. No intervalo de tempo entre a primeira conversa e essa que ora se inicia, pude conversar um pouco mais com o meu amigo. Pude fazer-lhe recordar do período entre seus cinco aos doze anos, quando ele acompanhava seu pai a todas as escolas públicas do município dando aulas de religião. Seu pai, pai ainda de outros 12 filhos, enfrentou um longo período de estiagem que obrigou sua esposa e seus filhos menores irem para a cidade, onde se podia encontrar água e trabalho com menos dificuldade. Ficando apenas com os três filhos mais velhos que ainda moravam com ele, sem os cuidados de uma mulher para cuidar da comida e da casa, a escassez de tempo e de mantimentos o submeteu a uma subnutrição que lhe causou uma tuberculose. Não podendo mais trabalhar na roça durante o longo período do tratamento, que naquela época era bem mais demorado que hoje, passado o maior risco de contágio e amenizando-se os preconceitos que acompanhavam aquela moléstia, o prefeito da cidade, sabedor do conhecimento que seu pai tem acerca de Bíblia e da Religião Católica, contrata-o para ensinar religião nas escolas públicas municipais e estaduais de Riachão do Jacuípe, indicado, creio, pela Divina Providência. Isto garantiu à sua família, a sobrevivência em meio àquela difícil situação, como também criou e alimentou no menino de então, um sonho do qual falarei adiante.
Devido à estiagem e ao problema de saúde, meu amigo ficou muito tempo sem a companhia do seu pai. Quando este começa então dar as aulas de religião, meu amigo tem a oportunidade de acompanhá-lo naquele trabalho e enquanto saboreia a sua presença, também começa a interessar-se não só pelas histórias bíblicas que ele contava aos alunos, como também deseja um dia substituí-lo na função de professor.
O tempo foi passando e meu amigo teve a oportunidade de conhecer melhor aquelas histórias bíblicas do ponto de vista não só religioso, mas também no seu aspecto, histórico-social-político-cultural na trajetória da humanidade. Percebeu que grandes conflitos mundiais de hoje, a exemplo do que ocorre no Oriente Médio entre Israelenses e Palestinos, tem sua gênese naquelas história bíblicas. Percebeu também a dimensão política da religião e posteriormente a dimensão religiosa da política.
Em 1998, meu amigo tem a oportunidade de participar de um curso teologia para leigos oferecido pela Arquidiocese de Feira de Santana. Antes mesmo de finalizar o curso que ocorria durante um final de semana por mês, no decurso de dois anos, logo após o segundo encontro desse curso, meu amigo obtendo o apoio incondicional e irrestrito do então pároco, Pe. José Silvino, cria uma extensão do curso da Arquidiocese na paróquia. Os assessores da extensão paroquial do curso seriam os mesmos leigos que com ele freqüentavam o curso da Arquidiocese.
Neste trabalho, ele viu realizado o sonho que cultivara quando acompanhava seu pai naquele tempo e trabalho já descrito. Durante quase sete anos, a Escola Paroquial de Leigos revolucionou a paróquia e os municípios de Riachão e Pé de Serra. Os questionamentos acerca da religião, cidadania, política, cultura e da história local modificou bastante o pensamento do povo sobre sua religiosidade, o que rendeu algumas campanhas difamatórias contra o pároco e a vários leigos, inclusive, ao meu amigo que ainda hoje sofre as conseqüências deste trabalho.
A juventude jacuipense foi bastante influenciada por aquele trabalho e tenta dar continuidade ao mesmo, apesar do retrocesso que se instalou na paróquia após a transferência do padre Silvino.
O retrocesso instalado desenfreadamente na paróquia resultou no aumento insuportável da hostilização dos líderes paroquiais para com meu amigo. Isso lhe deixou deprimido por não encontrar mais espaço para atuar. Sentindo-se inútil e exilado para um canto qualquer da igreja, ele começou a refletir e concluiu que é preciso abrir novos caminhos. Se a igreja não faz eco aos seus projetos de cidadania através da formação humana, social, política, histórica à luz do Evangelho é preciso buscar ou criar outros espaços.
Outro dia, Rubem Alves e Marcos Bagno, através de alguns de seus livros e de fragmentos de alguns destes, o encorajaram a fazer a experiência de ensinar redação e auxiliar a sua esposa com a disciplina “português”, num cursinho pré-vestibular popular criado por vários daqueles jovens que freqüentaram a Escola de Teologia para Leigos.
Esta experiência ainda é muito recente e não é possível ainda apresentar resultados, mas posso garantir que o entusiasmo de meu amigo está aos poucos ressuscitando. Oxalá, em breve, também a mesa dele possa ter algo a compartilhar comigo e assim eu não seja o único capaz de contar histórias a seu respeito. Quiçá, sua mesa ganhe alma e voz a partir desse novo desafio.


Travesseiro de Vital Martinho Carneiro de Oliveira, em 10 de setembro de 2004.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Lei aumenta penalidade para condutores alcoolizados e limita venda de bebidas

O presidente Luiz Inácio Lula sancionou e foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), seção 1 de hoje (20), a Lei 11.705, que altera o Código de Trânsito Brasileiro para impor penalidades mais severas para o condutor que dirigir alcoolizado. A norma também restringe venda de bebidas em rodovias federais.

Com a lei, os estabelecimentos comerciais que vendem ou oferecem bebidas alcoólicas passam a ficar obrigados a estampar no recinto o aviso de que constitui crime, punível com detenção, dirigir sob a influência de álcool.

A venda e o consumo de bebidas em rodovias federais ou faixas de acesso a rodovia é proibida e a violação à regra implica multa de R$ 1.500 (mil e quinhentos reais) para o condutor e R$ 300 para o estabelecimento que não colocar a faixa de proibição.

A regra não se aplica nas áreas urbanas, desde que observadas a legislação de cada município ou do Distrito Federal. A fiscalização e aplicação de multa ficarão sob responsabilidade da Polícia Rodoviária Federal.

 Dirigir alcoolizado

Para os motoristas que forem flagrados dirigindo alcoolizado ou sob o efeito de qualquer outra substância psicoativa que cause dependência, a lei estabelece multa, suspensão do direito de dirigir por um ano, retenção do veículo e recolhimento da habilitação do motorista.

Em caso de reincidência na prática do crime, o juiz aplicará ao réu a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis.

Vetos

Por ensejar efeito contrário ao interesse público de ampliar a punição àqueles que atuam de forma irresponsável no trânsito, foi vetado todo o artigo 301 do Projeto de Lei de Conversão 13/08, oriundo da MP 415/08 e sancionado como Lei 11.705.

O artigo tinha a finalidade de estabelecer a prisão em flagrante do motorista envolvido em acidente de trânsito. A exceção seria aplicada ao condutor que prestasse socorro à vítima. O entendimento do Ministério da Justiça é de que a aplicação da regra não se confunde com a impunidade, já que o autor do crime deverá responder por seus atos perante a Justiça poderá ter a prisão decretada futuramente. (Alysson Alves)

Conheça a Lei 11.705, sua exposição de motivos e o veto presidencial.

Fonte: DIAP

ELEIÇÕES

JUIZ ELEITORAL MULTA GESTOR E DETERMINA SUSPENSÃO DE PROPAGANDA IRREGULAR 

O gestor municipal foi multado em 30 mil Ufires por propaganda irregular. Além disso, o juiz determinou a suspensão das propagandas ilegais através do rádio e de outros meios onde se faz referência ao número 15. Até ontem, o gestor estava sendo procurado para receber a notificação da qual tivemos conhecimento em razão de um dos autores da denúncia ter sido o Partido dos Trabalhadores. 
Um grupo de alunos do Colégio João Campos também protestou contra as irregularidades da administração por meio de pichações na parte do muro da escola que havia sido usada pela prefeitura para expor sua propaganda. Há uma discussão em torno da propriedade do muro. Alguns dizem ser da prefeitura, mas há indícios sérios de que a parede encontra-se no terreno dos vocacionistas e, portanto, na área do colégio. Inflamados com as pichações, partidários da administração acionaram a polícia contra o diretor Marcelo. Desde então fazem circular boato de que o diretor teria sido preso. A "culpa" do professor Marcelo tem sido abrir os olhos dos jovens para as irregularidades da administração pública.

Fonte: Mandato Popular

"O evangelho que não liberta não é evangelho"

Para teólogo brasileiro, a Igreja Católica só cresce onde está vigente a Teologia da Libertação. Onde não vigora, entram as igrejas carismáticas e as seitas. "A Igreja perde fiéis por sua própria culpa, por ser muito autoritária, centralizada. Se a Igreja Católica não se abrir, seus seguidores diminuirão cada vez mais", prevê Boff. 

Raúl Gutiérrez - IPSSan Salvador (IPS) - Leonardo Boff, teólogo nascido no Brasil em 1938, chegou a El Salvador no Domingo de Páscoa, véspera do 28º aniversário do assassinato de dom Oscar Romero por um franco-atirador, em 24 de março de 1980, enquanto oficiava a missa. 


Boff participou das comemorações da data para testemunhar a “ressurreição” espiritual de Romero, conhecido pelos católicos salvadorenhos como “a voz dos sem-voz”. O ex-sacerdote franciscano considera “uma dívida que tinha com dom Romero” esta visita a San Salvador, de cuja diocese dom Romero era arcebispo.
“Oscar Romero morreu por causa de seu amor aos pobres. Ele inaugura um tipo de martírio pela justiça que nasce de um compromisso de fé. No fundo, imita o que Cristo fez”, afirmou. A oficial Comissão da Verdade concluiu em 1993 que o falecido major Roberto d’Abuisson ordenou seu assassinato. O Vaticano iniciou o processo de beatificação de Romero. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) responsabilizou, em 2000, o Estado salvadorenho pela “violação do direito à vida” de Romero e “pela falta de investigação” do crime.
Em outubro passado, o governo negou-se perante a CIDH a aceitar a responsabilidade e suas recomendações. Boff, um dos fundadores da Teologia da Libertação, foi alvo de várias sanções por parte da Igreja Católica nos anos 80 e 90 por causa de suas críticas, sintetizadas em “A igreja, carisma e poder”’, um dos 60 livros que escreveu, publicado em 1985.
O então diretor da Congregação pela Doutrina da Fé do Vaticano, Joseph Ratzinger, hoje papa Bento 16, lhe impôs várias dessas sanções, entre elas o silêncio forçado, pelo qual não podia oficiar missa nem se referir publicamente a questões doutrinárias. Finalmente, Boff deixou, em 1992, a ordem franciscana e dedicou-se totalmente ao ensino e a escrever.
Para este teólogo brasileiro, Romero se converteu em uma “referência não apenas da Igreja, mas de outro tipo de humanismo, de busca de diálogo, de saber estar ao lado dos mais vulneráreis, e isto implica resgatar a dignidade do ser humano e exigir mudanças que a garantam”. E isso “foi entendido como algo subversivo” e, portanto, “foi sacrificado”, afirmou. O que se segue é um breve diálogo que a IPS manteve com Boff em São Salvador.
IPS - Qual o senhor considera o primeiro obstáculo para não esclarecer o crime de dom Pomero?
Boff - A sociedade tem que limpar sua memória. Só assim se faz justiça. As relações humanas não podem ser construídas sobre a mentira e a impunidade. É fundamental que a mesma sociedade exija a identificação dos criminosos e a aplicação das leis. Sem isso, sempre haverá uma ferida aberta e cobranças de dignidade para o sangue derramado.

IPS - Os que estão no poder afirmam que isso seria reabrir as feridas do passado.

Boff - Essa é uma visão profundamente egoísta porque os que morreram continuam pertencendo à humanidade. A história humana é feita por mortos e por sua dignidade, por suas ações. É preciso resgatar a memória das vítimas, do contrário a sociedade perde sua densidade humana. Os mortos têm outra forma de vida e presença. Estão do outro lado da vida.

IPS - Dom Romero foi um bispo apreciado e querido em todo o mundo. Em várias catedrais européias, inclusive, foram erguidas estatuas em seu nome. Por que aqui, em El Salvador, ainda não se pode prender os culpados pelo crime?

Boff - Oscar Romero é um mártir singular. Morreu pela justiça, por seu amor pelos pobres. É um tipo de santo que não é freqüente na história da Igreja. Inaugura um tipo de martírio pela justiça que nasce de um compromisso de fé. No fundo, imita o que Cristo fez. Por isso, entendo que o poder religioso tenha dificuldade de ler esse sinal novo; não sabe como interpretá-lo.

IPS - Em décadas passadas, considerava-se que o vínculo entre a Igreja Católica e os povos latino-americanos era muito intenso, próximo e forte. Como o vê agora?

Boff - Quase a metade dos católicos vive na América Latina. Então, é, por si mesma, uma força. Mas a Igreja Católica também tem sua capacidade de recriação de um rosto novo, litúrgico, mais adaptado às culturas. Uma igreja que recolhe as memórias da sabedoria, das culturas antigas, indígenas e negras. É uma igreja que está nascendo ainda. Até agora era um apêndice, um reflexo da Igreja européia. Agora é cada vez mais e mais uma Igreja fonte e que está consolidando sua identidade própria.

IPS - Outras igrejas não-católicas ganharam terreno na América Latina. A Igreja Católica perdeu fiéis na região. Como explica esse fenômeno?

Boff - A Igreja perde fiéis por sua própria culpa, por ser muito autoritária, centralizada. Tem insuficiência de ministros porque não aceita que se casem, e isto é cada vez mais um elemento de crise interna permanente. Esta Igreja não se abre, como fizeram as outras. Inclusive o judaísmo abriu-se às mulheres. Se a Igreja Católica não se abrir, seus seguidores diminuirão cada vez mais. Apesar disso, a Igreja Católica tem irradiação desde as bases, centros bíblicos, pastorais sociais da terra, dos negros, dos indígenas, que é onde está sua vitalidade.

IPS - Há relação entre o fenômeno da fuga de fiéis e o movimento católico da Teologia da Libertação, que há três décadas era muito forte mas perdeu liderança e ficou acéfalo?

Boff - As investigações mostram que a Igreja cresce onde está vigente a Teologia da Libertação. Onde não vigora, entram as igrejas carismáticas e as seitas. Isto foi comprovado estatisticamente. Também é falso que a Teologia da Libertação tenha reduzido o número de fiéis da Igreja Católica. Creio que se tentou desmoralizar o tirar legitimidade da Teologia da Libertação, e, como conseqüência, se resignaram muitos cristãos que não entendem como o papa e os bispos podem estar do lado dos opressores, dos ricos, e não ao lado dos pobres.

IPS - Quais são os desafios da Teologia da Libertação para resgatar esse espírito, agora apagado?

Boff - No recente fórum mundial da Teologia da Libertação em Nairóbi, com representantes da Ásia, África, América Latina, Europa e Estados Unidos, vimos sua imensa vitalidade e crescimento. Mas, não é tão visível nem polêmica como antes. A Teologia da Libertação está presente ali onde as igrejas levam a sério os pobres e a justiça. O movimento nasceu da experiência de escutar os pobres, os indígenas, os negros e as mulheres marginalizadas, e está tão vigente como há décadas, porque os pobres ainda clamam a Deus para que os ouça. O evangelho que não liberta não é evangelho.

Não me importam muito as críticas dos pudentes deste mundo e da Igreja. Para mim importa que haja cristãos que levem a sério a questão da justiça. A Teologia da Libertação não fez dos pobres um objeto de reflexão. Caminhou com eles, sofreu as perseguições, calúnias, torturas e os assassinatos que eles sofreram. O teólogo tem um pé na miséria e outro na reflexão, e ao unir os dois chega-se à libertação.
Agora também deve-se atender o grito dos integrantes de gangues e dos jovens que não têm nenhum lugar na sociedade, os que sobram, sem políticas públicas que os contemplem: os drogados, os entregues à violência, os condenados da terra. Mas, também à Terra, às águas e florestas e os animais, ameaçados por uma cultura sem piedade nem sensibilidade e que pode levar a uma crise do sistema da vida com o desaparecimento de centenas de espécies.

Fonte: Agência Carta Maior


sábado, 14 de junho de 2008

No governo tucano de SP, ex-diretor

Um ex-diretor da empresa francesa Alstom, o engenheiro eletricista José Sidnei Colombo Martini, tornou-se presidente em 1999 de uma companhia do governo de São Paulo, a EPTE (Empresa Paulista de Transmissão de Energia), e dois anos depois firmou negócio adicional com a Alstom de R$ 4,82 milhões sem concorrência, informa nesta sexta-feira reportagem de Mario Cesar Carvalho e José Ernesto Credendio, publicada pela Folha (a íntegra da reportagem está disponível para assinantes do UOL e do jornal).

Martini foi indicado ao posto pelo secretário de Energia de Alckmin, Mauro Arce, que hoje integra o governo Serra. Martini autorizou a EPTE a pagar R$ 4,82 milhões a mais à Alstom para que ela acondicionasse e armazenasse seis transformadores de 120 toneladas cada um, devido a um atraso nas obras civis de uma subestação no Cambuci, na região central de São Paulo. Os transformadores haviam sido comprados pela EPTE por R$ 110 milhões. Dois especialistas em licitações ouvidos pela Folha, sob a condição de que seus nomes não fossem citados, disseram estranhar que um contrato de R$ 110 milhões não contemplasse o possível atraso.

A EPTE surgiu de uma cisão do patrimônio da Eletropaulo, privatizada em 1998. Em 2001, a EPTE foi incorporada pela Cteep (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista). Martini, que havia saído da Alstom em 1999, assumiu nesse processo a presidência da Cteep. Em 2006, a Cteep foi vendida pelo governo paulista por R$ 1,19 bilhão para o grupo colombiano Interconexión Elétrica S.A. Martini continua presidindo a empresa, rebatizada com o nome de Transmissão Paulista. O lucro da Cteep em 2007 foi de 630%. Em nota, a empresa diz que o contrato com a Alstom foi aprovado pelo Tribunal de Contas do Estado. De acordo com a nota, a Eletropaulo assinou o contrato com a Alstom em 1983 para o projeto Gisel. Fonte: Folha Tucana.

Até agora a MÍDIA BURGUESA E CORRUPTA não pediu nenhuma CPI para investigar a ROUBALHEIRA tucana em São Paulo. Por que? A quem interessa encobrir tanto ROUBO na Administração Alckmin/Serra?

Fonte: Desabafo País(Brasil)

Globo esconde causa de protesto gaúcho


A Rede Globo não aprende e nem se emenda. O Jornal Nacional de ontem escondeu dos telespectadores de todo o Brasil que a manifestação organizada pelos movimentos sociais em Porto Alegre era em protesto contra a governadora tucana Yeda Crusius e para exigir a apuração de denúncias de corrupção que envolvem seu governo. Impressionante como a Globo resiste em noticiar fatos que envolvam negativamente o PSDB e o ex-PFL, agora DEM. O ato foi reprimido pela Brigada Militar gaúcha, mas o JN noticiou que a repressão ocorreu para evitar a invasão de um supermercado pela Via Campesina, movimento de sem-terra que participava do protesto junto com outros movimentos sociais como, por exemplo, o dos estudantes.

Fonte: Desabofo Pais (Brasil)

Como se fabrica a (des) informação

Como definir a linha editorial do jornal televisivo de maior audiência no país, o Jornal Nacional, da Rede Globo, que simplesmente sonega e deforma informações quase todos os dias? Na noite de 11 de junho, essa prática foi utilizada mais uma vez. Ao “noticiar” os conflitos de rua ocorridos em Porto Alegre, o JN “informou” que se tratou de uma invasão da Via Campesina a um supermercado para protestar contra a alta do preço dos alimentos. Isso e nada mais. Omitiu-se, entre outros, o pequeno detalhe de que se tratava de um protesto contra a corrupção no governo Yeda Crusius e que os policiais agiram para evitar que os manifestantes chegassem perto do Palácio Piratini.

Enquanto isso, ao cair da noite, no Palácio Piratini, uma imagem e uma frase ilustraram também qual é solo no qual trafega a “informação”. Soldados a cavalo da Brigada Militar vigiavam a entrada da sede do Executivo. Ao ver uma equipe de TV gravando um boletim ao vivo, um dos soldados aproximou-se e disse: “aproveitem, que a partir de amanhã não tem mais gravação ao vivo na frente do palácio”.

A foto nebulosa tirada de um celular no início da noite desta quarta, em frente ao Palácio Piratini reflete bem o clima político vivido hoje no Rio Grande do Sul. As fotos em frente ao palácio também estarão proibidas a partir de amanhã???

Fonte: RS Urgente

Pintadas, a cidade baiana que resistiu ao coronelismo e venceu

A chegada do Programa de Microcrédito do Estado da Bahia (Credibahia) ao município de Pintadas, em abril de 2008, tem um sabor especial para todos que acompanharam, mesmo de longe, a saga do movimento social naquela cidade do semi-árido baiano. É um símbolo das mudanças que ocorrem com o Governo Wagner, com o Governo Lula.

Pintadas há anos vem se destacando por uma peculiar experiência de organização popular. Já rendeu importantes dissertações de Mestrado e Doutorado na área da Gestão Pública. O Projeto Pintadas/BNDES, voltado para a produção, foi o pioneiro, seguido depois pela criação da Rede Pintadas, entidade que articula 11 organizações sociais, culturais e projetos de autogestão.

A organização do Partido dos Trabalhadores em 1988 marcou profundamente a cidade. Mesmo com as derrotas eleitorais de 1988 e 1992, foi um caminho sem volta no campo político-partidário e na gestão pública. A obra “Projeto Rede Pintadas”, da autoria de Fernando Fisher e Antônio Nascimento conta essa história em detalhes.

Depois que o PT conquistou a Prefeitura de Pintadas, em 1996, o município não recebeu mais nenhum apoio dos sucessivos governos da Bahia, sob o comando do PFL, hoje DEM.

Um exemplo típico se deu com o fechamento do único estabelecimento bancário, o BANEB, pouco antes do início da primeira administração petista em 1997, obrigando as pessoas a uma jornada de ida e volta de 50 Km ao município vizinho de Ipirá. Uma história marcada pela perseguição, isolamento e discriminação de sucessivos governos carlistas.

No caso do fechamento do Baneb, o tiro político saiu pela culatra.

Como reação, surgiu o CrediPintadas, em 1998, transformado depois na Cooperativa de Crédito Rural de Pintadas (SICOOB Sertão), exercendo algumas funções bancárias e atuando no microcrédito. A adversidade virou o trunfo da Rede Pintadas como gestora financeira de grande parte dos recursos repassados pelas instituições internacionais de apoio e também do fundo rotativo formado a partir do Projeto Pintadas/BNDES.

O Centro Comunitário de Serviços de Pintadas (CCSP) passou a ser a entidade gestora do Projeto Pintadas/BNDES, com a finalidade de capacitar e prestar assistência técnica aos pequenos produtores. Com o tempo, ganhou importância e autonomia, a ponto de se tornar um verdadeiro fórum de desenvolvimento municipal e de discussão de ações de interesse público.

A busca por alternativas à geração de emprego e renda, opções de produção e convivência com a seca em Pintadas continua. A prefeitura recebe agora o reforço da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE), da Desenbahia e do Sebrae, com a chegada do Credibahia.

Tem, portanto, sabor de vitória a chegada do CrediBahia em Pintadas, a cidade que resistiu ao coronelismo. E venceu.

Fonte: Bahia de Fato

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O PIG é louco. Acha que somos burros e acaba se desmascarando

Leia, abaixo, matéria publicada pelo JB ONLINE.
A matéria fala da roubalheira instalada no Rio Grande do Sul, no governo de Yeda Crusius . A manchete da matéria, ao contrário, fala que "CORRUPÇÃO ABALA GOVERNO DO PT, mesmo sabendo que o PT nada tem a ver com a história. A governadora do Rio Grande do Sul é Yeda Crusius que nunca foi do PT e sim do PSDB.
Como não dá mais para ignorar os escândalos, o JB resolve noticiar o fato, mas como sabe que a manchete é o que mais chama a atenção, resolveu mentir descaradamente, ao afirmar que corrupção abala governo do PT. Se alguém ainda tinha dúvidas sobre o maucaratismo da imprensa brasileira, leia-se PIG (Partido da Imprensa Golpista), agora não dá mais para fingir que não vê.
Depois desta matéria, qualquer cidadão ou cidadão deste país pode duvidar de toda e qualquer notícia negativa contra o PT. Agora mais do que nunca, acredito na inocência do Dirceu e ainda passo a crer que o mensalão, dossiê dos aloprados, dólares na cueca, etc... não passaram de invenção do PIG e só após o julgamento de todos estes fatos na justiça, garantida ampla defesa, posso mudar de opinião.

Transcrevi a matéria abaixo, mas se alguém acha que é invenção minha,
clique aqui e veja no próprio site do JB ONLINE

Corrupção abala governo do PT

Yeda Crusius vai mexer no alto escalão gaúcho

São Paulo

Um escândalo de corrupção pode forçar a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), a promover alterações no primeiro escalão de sua administração. Na pior crise política de seu governo, Yeda vê seus auxiliares mais próximos sendo envolvidos por gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal e até pelo vice-governador Paulo Feijó (DEM).

Mesmo entre aliados de Yeda, há a expectativa de que ocorram exonerações do chefe da Casa Civil, César Busatto, do secretário-geral de Governo, Delson Martini, e do secretário da representação gaúcha no DF, Marcelo Cavalcante.

A crise começou quando a PF deflagrou uma operação contra um esquema que supostamente desviou R$ 44 milhões no Departamento Estadual de Trânsito (Detran) gaúcho.

Na última quarta, a CPI instalada apresentou 34 grampos feitos pela PF. Nas ligações, acusados de participar do esquema citam Delson Martini como alguém que tinha conhecimento da fraude.

Na quinta-feira, veio a público uma carta escrita pelo empresário tucano Lair Ferst. Na carta, dirigida à governadora, Ferst fala de sua participação na campanha de Yeda e denuncia a fraude do Detran.

A crise se agravou anteontem, quando o vice-governador Paulo Feijó (DEM) entregou à deputada petista Stela Farias uma gravação de uma conversa que manteve com o chefe da Casa Civil, César Busatto, em 26 de maio. Ele liga o uso do Banrisul e do Detran – sob o respectivo controle político do PMDB e do PP– ao financiamento de campanhas eleitorais. Os dois partidos pediram a demissão do secretário. O PP se reúne hoje para discutir a permanência no governo.

O agravamento da crise levou Yeda a convocar ontem uma reunião do conselho político do governo. O porta-voz do governo, Paulo Fona, anunciou que a tucana gravou um pronunciamento sobre a crise que seria veiculado na noite de ontem nas emissoras de TV rádio do Estado.

Fonte: JBONLINE

terça-feira, 3 de junho de 2008

Aécio Neves e o PIG

Postei ontem uma matéria sobre o comportamento da mídia brasileira, leia-se PIG (Partido da Imprensa Golpista), perante o PSDB e seus governos, sobretudo, no Estados de São Paulo, especialmente com o caso da ASLTON, embora seja possível ainda citar vários outros, como os cartões corporativos do Estado de São Paulo que não dispõe de nenhuma transparência e teve gastos superiores ao do governo federal; a cratera da linha 4 do metrô; os ataques do PCC, que nasceram e cresceram durante os governos do PSDB, além de muitos outros que o PIG não deu qualquer destaque, apenas uma notícia num dia e o esquecimento logo em seguida.
Hoje, encontro mais um caso digno de nota, a imprensa brasileira é criticada em documentário exibido na Inglaterra, por proteger mais um governo do PSDB, desta vez, o Aécio Neves, governador de Minas Gerais e provável presidenciável do partido nas eleições de 2010. Verifica-se ainda, as ações para enquadramento de jornalistas que não se adequam à cartilha do governo mineiro e as conseqüentes demissões daqueles que não se dobram à ordem de proteger o governo de Aécio Neves, quem diria, neto de Tancredo Neves, que tanto lutou contra a arregimentação da imprensa durante a ditadura militar. Pasmem!
Veja abaixo matéria noticiando o fato e ainda o link para assistir ao documentário, caso tenhas fluência no inglês.

Site do PT mostra documentário inglês criticando mídia brasileira por censurar críticas a Aécio Neves

“Documentário inglês mostra como imprensa brasileira protege Aécio”, informa o título da matéria na primeira página. O documentário foi produzido na Inglaterra pelo brasileiro Daniel Florêncio e revela como Aécio Neves armou um esquema com a grande imprensa. Segundo o documentário, jornais e noticiários de TV adotam uma política de enaltecer a gestão Aécio Neves, em Minas Gerais, e de esconder os fatos negativos e as críticas. Muitos jornalistas já foram demitidos por causa das críticas. Mas, nem isso tem repercussão. O documentário está no youtube. Para assistir você pode acessar o site nacional do PT.

ASSISTA O DOCUMENTÁRIONO SITE DO PT

Fonte: Bahia de Fato

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Audiência Pública sobre o meio ambiente

No último dia 26/05, (segunda-feira) A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social realizou a I Audiência Pública sobre Resíduos Sólidos, ou seja sobre o impacto do lixo no nosso meio ambiente. O evento contou com a presença de várias autoridades, entre elas: o prefeito municipal Lauro Falcão, O Secretário de Educação, Jucemar da Costa, o seretário de esporte e lazer Gilberto Oliveira, o secretário do Desenvolvimento Econômico e Social, Venâncio de Abelardo, os vereadores José Avelange, Luciano do Barreiros e Teodomiro Paulo. O Juiz Dr. Wolney Perrucho, também convidado e impossibilitado de comparecer devido a compromisso assumido anteriormente ao convite, indicou-me seu representante. Também se fizeram presentes representantes da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos e Ambientais e da CRA.
No início lamentei a pouco participação da população, mas aos poucos as cadeiras foram sendo ocupadas e a oportunidade se revelou bastante proveitosa.
A equipe organizadora e convidados de Salvador, Valente, São Domingos, Conceição do Coité e outras localidades que a memória me furta, discorreram sobre suas experiências e suas realidades acerca do meio ambiente de suas respectivas cidades, foram apresentadas várias iniciativas e propostas. Entre elas, a criação de consórcio entre município para criação de aterros, processamento e reciclagem dos resíduos sólidos. Outra proposta, que inclusive já havia sido suscitada em outros encontros, foi a aplicação do tema do meio ambiente nas escolas. A novidade foi que essa idéia contemple os recursos naturais ambientais de cada localidade e suas respectivas escolas. Por exemplo, as escolas do município de Riachão do Jacuípe devem incluir no seu conteúdo a história, a importância e a atual situação do rio Jacuípe de forma ilustrativa. Deve ainda mostrar as chaminés das olarias do Povoado de Barreiros, o que elas representam para a saúde dos moradores, a devastação natural causada nas margens do rio, a extinção do fauna e flora local, a poluição ambiental causada pelos lixões formados nas margens do mesmo rio no Alto do Cruzeiro, a poluição do Açude do Cedro, etc.
Acredito que só quando ilustramos com a nossa realidade este tema, poderemos perceber a dimensão do impacto causado ao nosso meio ambiente, à nossa casa comum, o PLANETA TERRA. É preciso por emoção na educação, caso contrário ela será apenas adestramento, não educação, pois não há educação sem emoção.
Como exemplo disso, na própria audiência pública podemos constatar como o que digo faz sentido, quando durante a apresentação de vários slides mostrando diversas experiências de vidas transformadas pelo trabalho de reciclagem do lixo em Salvador, o apresentador mostrou com naturalidade fotos de trabalhadores de várias cooperativas, quando no entanto, mostrou as fotos e os trabalhadores da própria cooperativa da qual ele faz parte, não pode conter as lágrimas e sua emoção mexeu com todos os presentes.
Isto prova que quando somos parte de um conteúdo, não conseguimos manipulá-lo como um objeto. Ao mostrar as fotos das outras cooperativas e outros trabalhadores, o expositor via naturalmente aquilo como algo ilustrativo, mas ao falar de sua história, não era mais só ilustração era a sua vida e assim, impossível vê-la dissociada de si. Era ele mesmo, o seu ambiente, o meio social de convívio, seu relacionamento com a natureza e com as pessoas com quem divide espaço no seu bairro, na sua rua, na sua casa, no planeta ameaçado que estava sendo mostrado em sua essência pessoal.
Daí porque, acredito que se quisermos mudar o mundo, a começar pelo zelo ao meio ambiente a educação tem que se voltar para a vida. Ou trazemos a vida para a escola ou a escola continuará sem motivação, portanto, sem vida.

A audiência terminou com a exibição de um emocionante vídeo que posto também neste espaço. abaixo.

Cliquie aqui - SOS Meio Ambiente.



A mídia e o binômio PSDB/DEMOCRATAS

O ÓBVIO SÓ É PERCEBIDO POR QUEM TEM SENSO CRÍTICO

Não desejo satanizar o PSDB nem os DEMOCRATAS, entretanto, o inequívoco e demaisiado óbvio a blindagem que a mídia brasileira criadora do PIG (Partido da Imprensa Golpista), faz com esses dois partidos. Um deles, o PSDB, ainda governa alguns dos estados de maior economia no Brasil, a exemplo de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e ainda outros menores dos quais me lembro no momento, o estado de Roraima.
Nos últimos dias, a imprensa internacional denunciou uma farra de compras de licitações fraudulentas e subornos a governos em vários países, pela empresa francesa Alston. Um dos principais destaques desses atos corruptos é o governo de São Paulo, durante todo o reinado da dinastia tucana naquele estado.
Entretanto, da forma que a mídia finge que noticia estes atos vergonhosos que macula a imagem do PSDB e principalmente dos candidatos deste partido, tanto nas eleições deste ano, como principalmente nas eleições presidenciais de 2010, o escândalo ALSTON vem sendo abrandado pela mídia como se nada significasse. Caso a roubalheira fosse cometida por alguém do PT ou ligada ao governo federal, seria um estardalhaço maior que os supostos "dossiês".
O ombudsman da Folha de São Paulo, já sentiu obrigado a criticar o óbvio, para não cair em maior descrédito do que já alcançou, devido ao fato da blogosfera já ter denunciado durante a semana, a estratégia antipetista da Folha de São Paulo em macular o PT.
Em matéria daquele jornal no decorrer da semana, dizia que as empresas que fizeram doação ao PT, tiveram retorno prestando serviço ao governo federal (embora tudo licitado), na proporção de R$ 54,00 para cada R$ 1,00 doado.
É bom lembrar que nem o jornal nega que tudo ocorreu de forma legal, mediante licitação. Não se pode descuidar também de que a mesma matéria diz no corpo do texto, que empresas que doaram ao PSDB também tiveram retorno dos governos tucanos nos estados que são governados por este partido, sendo que o retorno foi muito além do triplo que obtiveram as empresas contribuintes do PT.
O fato vergonhoso cometido pela Folha de São Paulo e criticado pelo seu ombudsman (pessoa contratada pelo jornal para fazer críticas a esse mesmo jornal - tais críticas, no caso de Folha de São Paulo, são publicas aos domingos, sem o destaque merecido. Uma tática para enganar o leitorado levando-o a crer que o jornal é sério. Uma espécie de produção de álibi contra acusações de partidarismo, no caso da FSP, antipetismo ou antilulismo), foi que o jornal noticiou a proporção de ganho em retorno das empresas que contribuíram com o PT, em forma de manchete, chamando a atenção do leitor, sem destacar e sem fazer as contas para mostrar que o ganho do PSDB, embora divulgado que foi maior, não disse o quanto. Pior ainda, é que pela lógica, a manchete deveria ter sido de modo inverso, ou seja, em ver de dar destaque ao retorno das empresas que contribuíram com o PT, deveria ter destacado o retorno que tiveram as empresas contribuintes do PSDB, visto que seus valores foram mais que o triplo daqueles que receberam as que contribuíram com o PT.

Por fim, para quem ainda não acredita que o PIG protege o binômio PSDB/DEMOCRATAS, se ainda precisam de mais informações para tanto, indico um acesso ao blog Caso Alston e os tucanos.

Preconceito ou ideologia "bushiana"?

O assunto proibido no blog do Portal da Palestina

Se você acompanha de perto as últimas tendências da moda, já deve ter ouvido falar no keffiyeh. Trata-se daquele lenço que adorna o pescoço ou a cabeça dos homens árabes, geralmente nas cores preta e branca ou vermelha e branca. Sim, aquele que a Glória Coelho destacou como um dos pontos altos do inverno 2008! O sucesso foi tão grande que ele já está em todas as vitrines em São Paulo. Hoje mesmo vi uma versão da peça em uma loja da Praça da República, no centro da cidade.

Mas a Glória Kalil que se cuide: ela pode ser perseguida pela sociedade americana. Quem sabe até barrada no aeroporto, numa daquelas inspeções para a entrada de estrangeiros. A acusação? Incentivar o uso do keffiyeh, claro!

Pelo menos foi isso que aconteceu essa semana com um comercial da cadeia de lojas Dunkin’ Donuts, especializada em comercializar rosquinhas. Na propaganda, a modelo usava um lenço que lembrava o keffiyeh e tinha como pano de fundo um lindo parque florido. A imagem foi suficiente para suscitar inúmeros protestos pela internet. Os bloggeiros acusaram a empresa de “estimular o terrorismo” ao mostrar uma roupa semelhante à de supostos assassinos islâmicos.

Os autores da crítica, porém, esqueceram de mencionar – ou não sabiam – que o keffiyeh é uma peça tradicional da cultura árabe. Feita de algodão e lã, a escarpe pode ser vista em praticamente todos os países da região que têm um clima árido: além de proteger da exposição do sol, ela evita que as rajadas de areia entrem nos olhos ou na boca.

O temor entre os americanos parece beirar o auge do Macarthismo: basta ver uma roupa palestina que já acham que existe alguma propaganda subliminar a favor dos homens-bomba. A pressão foi tamanha que a Dunkin’ Donuts desistiu de veicular o anúncio! O exemplo pode ser pequeno, mas ajuda a entender como uma cultura inteira pode se tornar instrumento de críticas sobre algo que seu povo não tem nenhum controle. E nem necessariamente apóia. É a velha história de pegar a parte pelo todo e tirar conclusões precipitadas – e erradas. Só que o engano é com uma nação inteira.

Fonte: PortalPalestina

Publicado por Maíra Kubik

Transcrito do blog Bahia de Fato

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