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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Agendas servem para...divulgar a poesia baiana.

Antigamente, as tradicionais agendas, que são todo ano distribuídas pelas empresas que fazem marketing, serviam para anotar compromissos, organizar a cabeça, aproveitar melhor o tempo no trabalho e no lazer.
Agora não, agora tem agenda que funciona como produto cultural. Acabei de ganhar uma agenda assim. José Inácio Vieira de Melo, poeta e jornalista, assina o prefácio. É isso, tem agenda que tem prefácio. A obra se intitula “Brasil Retratos Poéticos 2010”.
Ele comenta a poesia primordial da Bahia até chegar ao nosso tempo. Então cita Adelmo Oliveira, Affonso Manta, Fernando da Rocha Peres, Florisvaldo Mattos, João Carlos Teixeira Gomes e Myriam Fraga, a Geração Mapa, liderada por Glauber Rocha lá pelos anos 50. Depois fala da geração 80, da geração 90, até a poesia contemporânea, “pulsante e vivaz”. E vem com tradução para o inglês.
Você abre janeiro e lá está o baiano de Poções, Affonso Manta: “Fazer da brisa um traje sem medida/e do arco-iris fazer um tobogã/Amar as mínimas coisas da vida/e ter no olhar as luzes do amanhã”. Você avança em janeiro e lá está Damário Dacruz, nascido em Salvador mas filho por opção de Cachoeira: “Entardece cedo o dia/quem não ousa em clara manhã”. Você vai a fevereiro e encontra Adelmo Oliveira, nascido em Itabuna e soteropolitano por opção: “Esta que vem do mar por entre os ventos/Sacudindo as espumas dos cabelos/Vem molhada de azul nos pensamentos/Seu corpo oculta a ilha dos segredos”.
A agenda “Brasil Retratos Poéticos 2010”, da Escrituras Editora, além dos fragmentos poéticos, concilia a escrita e a imagem. Há belíssimas fotografias de Maurício Simonetti e Rogério Reis. A obra é editada pelo paraibano Raimundo Gadelha, que já foi publicitário, jornalista, e hoje é fotógrafo e editor, sem abdicar, é claro, de sua produção literária.
O poeta Adelmo Oliveira me deu um exemplar de presente. Autor de “O som dos cavalos selvagens”, “Canto mínimo”, “Poemas da vertigem” entre outros títulos, é dele o fragmento que encontrei nas páginas de maio: “Abro a boca das palavras/Sou a fala/Sou o grito/Sou em eco de silêncio do infinito/que perturba a razão deste enigma”.
Oldack Miranda

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