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sexta-feira, 28 de março de 2008

Reconhecimento


Quem tem acompanhado meus post's neste blog, tem lido alguns escritos (antigos) meus bastante críticos à religiosidade católica praticada por mera devoção e sem um firme embasamento teológico.
Nos últimos tempos tenho me calado por não achar coerente, falar numa desejável condição de autocrítica, sobre um grupo, movimento ou pastoral nos quais não mais atuo, embora minha fé permaneça viva.
Contudo, é preciso reconhecer que embora em um número reduzido de fiéis da igreja católica, a mesa redonda realizada ontem, para discutir a sucessão eleitoral deste ano (uma iniciativa do Mandato Popular de José Avelange) mostrou que ainda que quase desapercebida, graças à atuação da paróquia, num passado não muito distante, a discussão política tornou-se um tema muito mais abrangente do que se imagina e seu apelo para que as pessoas se ocupem da política chegou onde nem se podia imaginar. A grande maioria dos presentes era formada de pessoas que não frenquentam regularmente o templo, mas que ouviu a mensagem da igreja quando esta teve a ousadia e coragem de desligar-se um pouco da sacristia e ocupar as ruas e os bairros periféricos. Como dizia antes, embora com poucos fiéis da paróquia, o espaço cedido por esta para a realização da mesa redonda estava repleto de pessoas que não freqüentam regularmente a igreja, mas mesmo sem qualquer ligação com esta, ao longo do tempo convenceu-se de que não é possível realizar eleições atuando apenas como meros torcedores de determinadas candidaturas ou mero espectadores de "espetáculo" semelhante aos realizados no coliseum romano, onde venciam os mais fortes e não as idéias, os valores humanos.
É bastante significante ver que há seis meses de uma eleição, três pré-candidatos se sentam numa mesa perante o público para expor suas idéias, suas propostas, suas divergências e seus interesses políticos com bastante civilidade, respeito e liberdade de expressar suas opiniões. Mais animador ainda, é ver que a população, aos poucos, dando respaldo participando e questionando os candidatos.
Quem conheceu o Riachão do Jacuípe de outros tempos e consegue analisar com determinados critérios, não pode negar que o papel que a igreja católica local desempenhou na década de 90 foi de longe, o grande responsável para essa realidade que chamo no nova civilidade da política local.
A mesa redonda realizada ontem, foi uma grande demonstração de que é possível vislumbrar um avanço civilizatório na política que resultará no futuro cada dia mais próximo, no esforço da população em avaliar melhor a importância e o peso de uma eleição, da democracia e não tardará a universalizar a constatação de que o voto não tem preço, tem conseqüência.
Para finalizar, congratulo-me com a paróquia que embora pouco presente em número, fez-se muito qualitativamente representada e Parabenizo ao Vereador José Avelange pela idealização, preparação, participação e realização da mesa redonda.



Parabéns aos participantes: José Avelange, Juscelino e Nem de Aureliano.


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