segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Livro de Amaury Junior desnuda a relação de Dantas com Serra, revela a ligação entre os dois e mais a IRMÃ de Dantas, a FILHA do ex-governador e o próprio GENRO. A bomba explodiu no seu colo.
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sábado, 30 de outubro de 2010
Dom Angelico Sandalo afirma que tema do aborto foi usado para tirar distribuição de renda do debate eleitoral
"O aborto é bandeira que a Igreja levanta no mundo todo, e a Igreja realmente é contra. Não há novidade nenhuma nisso e no fato de que nós devemos sempre orientar os fieis. Além dos mais, temos outros princípios morais, de justiça e ética a respeito da pobreza, do uso da propriedade, da riqueza que se acumula nas mãos de poucos, da miséria, da guerra, da corrida armamentista, enfim, de tudo que fere a dignidade humana. O leque é muito vasto. Mas resolveram só falar do aborto”, condena o religioso.
Na opinião de dom Angélico, Bento XVI estava apenas cumprindo protocolo da doutrina social da Igreja, sem intenções de manipular as eleições presidenciais no Brasil. Ele afirma que a responsabilidade episcopal é muito vasta e, ao receber visitas, Bento XVI tem falado de muitos assuntos, como o acúmulo de riqueza e a exploração de menores. Os “polemizadores do aborto” na verdade não querem é debater a distribuição de renda no Brasil.
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quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Carta de Theotonio Dos Santos a FHC
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quarta-feira, 27 de outubro de 2010
A carta do mineiro aposentado Carlos Moura dirigida ao jornalista Ricardo Noblat
Noblat
Quem é você para decidir pelo Brasil (e pela História) quem é grande ou quem deixa de ser? Quem lhe deu a procuração? O Globo? A Veja? O Estadão? A Folha?
Apresento-me: sou um brasileiro. Não sou do PT, nunca fui. Isso ajuda, porque do contrário você me desclassificaria, jogando-me na lata de lixo como uma bolinha de papel. Sou de sua geração. Nossa diferença é que minha educação formal foi pífia, a sua acadêmica.
Não pude sequer estudar num dos melhores colégios secundários que o Brasil tinha na época (o Colégio de Cataguases, MG, onde eu morava) porque era só para ricos. Nas cidades pequenas, no início dos sessenta, sequer existiam colégios públicos. Frequentar uma universidade, como a Católica de Pernambuco em que você se formou, nem utopia era, era um delírio.
Informo só para deixar claro que entre nós existe uma pedra no meio do caminho.
Minha origem é tipicamente “brasileira”, da gente cabralina que nasceu falando empedrado. A sua não. Isto não nos torna piores ou melhores do que ninguém, só nos faz diferentes. A mesma diferença que tem Luis Inácio em relação ao patriciado de anel, abotoadura & mestrado. Patronato que tomou conta da loja desde a época imperial.
O que você e uma vasta geração de serviçais jornalísticos passaram oito anos sem sequer tentar entender é que Lula não pertence à ortodoxia política. Foi o mesmo erro que a esquerda cometeu quando ele apareceu como líder sindical.
Vamos dizer que esta equipe furiosa, sustentada por quatro famílias que formam o oligopólio da informação no eixo Rio-S.Paulo – uma delas, a do Globo, controlando também a maior rede de TV do país – não esteja movida pelo rancor. Coisa natural quando um feudo começa a dividir com o resto da nação as malas repletas de cédulas alopradas que a União lhe entrega em forma de publicidade. Daí a ira natural, pois aqui em Minas se diz que homem só briga por duas coisas: barra de saia ou barra de ouro.
O que me espanta é que, movidos pela repulsa, tenham deixado de perceber que o brasileiro não é dançarino de valsa, é passista de samba. O patuá que vocês querem enfiar em Lula é o do negrinho do pastoreio, obrigado a abaixar a cabeça quando ameaçado pelo relho.
O sotaque que vocês gostam é o nhém-nhém-nhém grã-fino de FHC, o da simulação, da dissimulação, da bata paramentada por láureas universitárias. Não importa se o conteúdo é grosseiro, inoportuno ou hipócrita (“esqueçam o que eu escrevi”, “ tenho um pé na senzala” “o resultado foi um trabalho de Deus”). O que vale é a forma, o estilo envernizado.
As pessoas com quem converso não falam assim – falam como Lula. Elas também xingam quando são injustiçadas. Elas gritam quando não são ouvidas, esperneiam quando querem lhe tapar a boca.
A uma imprensa desacostumada ao direito de resposta e viciada em montar manchetes falsas e armações ilimitadas (seu jornal chegou ao ponto de, há poucos dias, “manchetar” a “queda” de Dilma nas pesquisas, quando ela saiu do primeiro turno com 47% e já entrou no segundo com 53) ficou impossível falar com candura.
Ao operário no poder vocês exigem a “liturgia” do cargo. Ao togado basta o cinismo.
Se houve erro nas falas de Lula isto não o faz menor, como você disse, imitando o Aécio. Gritos apaixonados durante uma disputa sórdida não diminuem a importância histórica de um governo que fez a maior revolução social de nossa História. E ainda querem que, no final de mandato, o presidente aguente calado a campanha eleitoral mais baixa, desqualificada e mesquinha desde que Collor levou a ex-mulher de Lula à TV.
Sordidez que foi iniciada por um vendaval apócrifo de ultrajes contra Dilma na internet, seguida das subterrâneas ações de Índio da Costa junto a igrejas e da covarde declaração de Monica Serra sobre a “matança de criancinhas”, enfiando o manto de Herodes em Dilma.
Esse cambapé de uma candidata a primeira dama – que teve o desplante de viajar ao seu país paramentada de beata de procissão, carregando uma réplica da padroeira só para explorar o drama dos mineiros chilenos no horário eleitoral – passou em branco nos editoriais. Ela é “acadêmica”.
A esta senhora e ao seu marido você deveria também exigir “caráter, nobreza de ânimo, sentimento, generosidade”.
Você não vai “decidir” que Lula ficou menor, não.
A História não está sendo mais escrita só por essa súcia de jornais e televisões à qual você pertence. Há centenas de pessoas que, de graça, sem soldos de marinhos, mesquitas, frias ou civitas, estão mostrando ao país o outro lado, a face oculta da lua. Se não houvesse a democracia da internet vocês continuariam ladrando sozinhos nas terras brasileiras, segurando nas rédeas o medo e o silêncio dos carneiros.
Carlos Torres Moura
Além Paraíba-MG
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sábado, 22 de maio de 2010
Vaticano lava mais branco. O papa Ratzinger terá desagradável surpresa por carta rogatória
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quinta-feira, 13 de maio de 2010
“Biruta de aeroporto”

Disse bem o presidente Lula quando afirmou que pelo menos agora o candidato tucano à Presidência começa a descobrir como fato tudo que sempre teimou em contradizer – ele, seu partido, seus jornais, suas rádios, suas tevês, suas revistas e seus portais de internet.
Vejam só o esculacho ingrato que o tucano Serra deu na tucanérrima Miriam Leitão na CBN só porque ela, pensando que iria agradá-lo, falou no grande fetiche tucano dos anos 1990 até 2002, aquela tara de tornar o Banco Central “independente”.
Quem se lembra de que, em 2002, a mídia e a tucanada, liderados por FHC e pelo então ministro da Fazenda, Pedro Malan, queriam votar uma lei para que o Banco Central fosse independente do próximo presidente da República?
Como a vitória de Lula já se configurava irreversível, os neoliberais quiseram perpetuar suas taras por juros de até 45% e impedir Lula, o então provável novo presidente, de fazer a própria política monetária.
Uma dica para a campanha de Dilma para quando Serra, esse monstro sagrado do caradurismo, vier com essa conversa mole: levante os jornais e consiga todas as provas necessárias para desmascarar esses que hoje estão fazendo coro contra o Banco Central.
Na verdade, a campanha o eleitoral que se avizinha será uma chance de ouro de se mostrar como Serra e sua mídia mentem descaradamente. A mídia pregava Banco Central independente trinta vezes por dia e, agora que Serra mudou o discurso, vem atacar o BC.
Então ficamos assim, campanha da Dilma: pelo amor de Deus, gaste tempo levantando os editoriais e colunas dessa turma antes de Lula chegar ao poder. É um manancial inesgotável de provas de como essa gente é mentirosa e cara-de-pau.
Agora, convenhamos: tem apelido melhor para Serra que “biruta de aeroporto”?
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sexta-feira, 16 de abril de 2010
Os demônios descem do norte
Na década de 70 praticamente todos os paises da América Latina estavam sob o domínio de sanguinárias ditaduras militares, cuja ideologia de cunho fascista era a resposta política à ameaça da Revolução Cubana que pretendia se expandir para outros países do subcontinente.
Era o tempo da Teologia da Libertação, que, com seu viés ideológico de matriz marxista, contribuiu de forma efetiva para a organização dos trabalhadores e dos camponeses em sindicatos e movimentos agrários que restaram depois na criação do PT e do Movimento dos Sem-Terra (MST).
A ação dessas alas da Igreja Católica era uma ameaça aos planos dos militares voltados para a manutenção dos interesses americanos no Brasil, seguindo a ideologia do capitalismo americano, intervencionista e excludente, que pretendia manter o subcontinente longe das ameaças de Fidel Castro e de sua luta de comunização da América Latina.
Entra em cena a CIA e a facilitação da implantação das seitas eletrônicas americanas em terras latino americanas como uma reação ao “perigo” que representava a Teologia da Libertação e a organização popular que os padres e bispos que seguiam esse movimento teológico promoviam, por meio das CEBs, do sindicalismo e da organização dos trabalhadores rurais.
A resposta americana foi a facilitação e mesmo o financiamento das seitas evangélicas copiadas do modelo americano, forjados pelos pastores eletrônicos que além de manterem multidões alienadas propagavam a ideologia do ocidente cristão contra o demônio do comunismo soviético.
Isso caiu como uma luva nos interesses dos generais brasileiros e vemos aí a expansão das seitas como Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Quadrangular, Renascer em Cristo e outras seitas, nitidamente cópias das similares americanas que buscavam o enriquecimento de seus líderes e a desarticulação de toda a organização popular trazida pela Teologia da Libertação.
Porém, da Teologia da Libertação nasceram o PT (o antigo, ideológico, não-fisiologista), os movimentos camponeses de luta pela terra, as pastorais como a da Criança e várias outras organizações populares que acabaram por derrotar os generais e implantar o Estado de Direito no Brasil. Enquanto as seitas, livres da “missão” de ser freio à expansão “comunista”, enveredaram pelo caminho da corrupção de suas lideranças e pelo enriquecimento ilícito e estelionatário de seus lideres mais famosos.
Portanto, é fácil entender a expansão dessas e de outras seitas evangélicas neopentecostais no Brasil, é fácil perceber que de Deus isso tem muito pouco e tem muito de reprodução do pior do capitalismo, aquele que só sobrevive da exploração financeira das pessoas em detrimento do enriquecimento de uma classe dominante que aqui podemos chamar a Burguesia dos Pastores Eletrônicos às custas da classe operária evangélica, tão ironicamente chamada nessas mesmas igrejas de “obreiros” e “fiéis”.
Você se percebe nesta trama?
Para quem quiser saber mais sobre essa análise conjuntural eu recomendo um livro muito interessante com o título: "Os demônios descem do norte" (foto), adaptação da Tese de Doutorado em Sociologia de Delcio Monteiro de Lima.
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quinta-feira, 1 de abril de 2010
Páscoa: a festa da vida e da libertação
A celebração da Páscoa como a conhecemos atualmente tem as suas origens em tempos muito remotos. É o resultado da confluência de duas grandes culturas da humanidade: a cultura agrária e a cultura de criadores. Segundo Momolina Marconi no seu livro Prelúdio à história das religiões (Paulus, 2008), há pelo menos uma centena de milênios, no tempo em que não havia nem pás e nem enxadas, os nossos ancestrais eram apenas coletores de folhas e de frutos. Por essa razão a sobrevivência se tornava um verdadeiro drama, especialmente no hemisfério norte onde o inverno era muito rígido e as plantas ficavam desprovidas de folhas e de frutos.
A chegada da primavera significava para esses agrupamentos humanos uma verdadeira festa. As folhas voltavam, as flores brotavam e a esperança de bons e saborosos frutos enchia a todos de muita alegria. Por essa razão os povos daquela época costumavam fazer uma grande festa para oferecer aos deuses, num verdadeiro gesto ritualizado, num cerimonial refinado, as primeiras folhas e, mais tarde, os primeiros frutos. Mais recentemente, no período conhecido por Neolítico, que começa por volta de 10 mil a.C. e se estende até 4.500 anos a.C, o ser humano começa a se fixar na terra. E, além da coleta de vegetais, passa a domesticar e criar animais (cabras e ovelhas) para a sua alimentação.
Ao se fixar na terra ele consolida a agricultura, que no hemisfério norte era formada basicamente do cultivo de trigo e cevada. Neste momento acontece o outro elemento cultural significativo que irá estar na origem da festa da Páscoa. Agricultores e criadores “oferecem as primícias de rebanhos ou de plantações à divindade, a quem, afinal, tudo pertence; a ela são oferecidos o primogênito – inclusive o primogênito humano – e o primeiro maço de espigas: um gesto de simbólico resgate, que deixa o homem livre para consumir o que foi tirado da natureza; e para que o homem não se esqueça – ai dele se isso acontecer! – de que o seu deus é o senhor invisível e temível de tudo” (Marconi, p. 44).
Por volta de 1700 a.C. grupos e tribos nômades da região conhecida então como Canaã, mais tarde Palestina, descem até o rio Nilo e ali se estabelecem aproveitando das águas e das terras férteis das margens do rio para a prática da agricultura e da criação. Mais tarde, por volta do ano 1550 a.C. outros clãs, ligados aos arameus, também fazem a mesma coisa e se estabelecem às margens do rio Nilo. Porém, no século XIII a.C. a XIX Dinastia que reinava no Egito decide a construção das cidades entrepostos conhecidas como Pitom e Ramsés (Êx 1,11), localizadas na parte oriental do delta do Nilo, com a finalidade de enfrentar a ameaça hitita e as revoltas da região de Canaã, que naquele período, estava sob o domínio egípcio. Para a construção utilizou-se da mão-de-obra desses povos nômades que haviam se estabelecido na região fértil do Nilo, submetendo-os a trabalhos forçados, em verdadeiro regime de escravidão (Êx 1,11).
Houve então uma revolta dessas tribos que se recusaram a continuar trabalhando em regime de escravidão. E, por volta do ano 1250 a.C., essa tribos deixam o Egito e voltam à vida nômade vagando por um período na região conhecida como deserto do Sinai, sob a pressão contínua do faraó do Egito (Êx 14,5-20). No período que vai de 1230 a 1220 a.C. essas tribos invadem Canaã pelo sul, eliminam ou expulsam os povos ali residentes (Êx 17,8-13), saqueiam e destroem cidades (Js 6), realizam alianças e colisões com grupos (Js 9–10) e se estabelecem definitivamente na terra, apossando-se dela. Ao se estabelecerem em Canaã as tribos restabelecem a agricultura e a criação de animais e voltam a oferecer à divindade os primeiros frutos da terra (Js 5,10-12).
Esse episódio da saída do Egito até o estabelecimento na terra de Canaã foi sendo narrado oralmente entre as tribos e aos poucos se torna conhecido como a saga do Êxodo liderada por Moisés que, chamado por Deus, guia essas tribos até a “terra prometida”, Mais tarde ele foi codificado na Bíblia judaica.
Com a finalidade de manter a própria unidade, a tradição religiosa das tribos estabelecidas em Canaã, instigadas por suas lideranças, decide por um culto monoteísta em torno do Deus de Israel (Js 24,14-28). Trata-se do mesmo e único Deus que, antes da descida para o Egito, era adorado por essas tribos que se proclamavam descendentes de Abraão, “pai de uma multidão de nações” (Gn 17,5). As tribos fixadas em Canaã, depois da saída do Egito, atribuem à vontade desse Deus o retorno para aquela terra. E usam desse critério para legitimar a invasão das terras e o massacre de tantos povos e para afirmar que esse Deus deu a elas a terra como “propriedade perene” (Gn 17,8).
Em razão disso decidem também relacionar a festa das primícias, celebrada na primeira lua cheia após a chegada das flores (entre final de março e a primeira metade de abril) à saga do Êxodo. E passam a chamar essa festa de Pesach, isto é, passagem, com a finalidade explícita de fazer memorial da saída do Egito. E estabelecem todo um rico ritual para essa celebração (Êx 12,1-27). Portanto, os primórdios da Páscoa remontam à festa das primícias celebrada bem antes da saga do Êxodo. Porém, foi a tradição dessas tribos, mais tarde denominada tradição hebraica ou israelita a dar esse significado de passagem reconhecendo um ato salvífico de Javé que fez o povo passar da escravidão para a libertação (Êx 12,26-27).
Jesus era um hebreu e desde criança celebrava a Páscoa com seus pais (Lc 2,41). Na véspera da sua morte celebra com seus discípulos todo o ritual pascal judaico (Mc 14,12-21). Porém, dá à celebração da ceia pascal hebraica uma dimensão nova. Introduz dentro do rito algo novo, inédito: o memorial de sua entrega pela humanidade (Mt 26,26-29). A partir daquele momento a ceia pascal passaria a ter um significado novo. Baseando-se no gesto de Jesus as primeiras comunidades cristãs passam a celebrar a Páscoa não mais como memorial da libertação do Êxodo, mas como memorial da morte e ressurreição do Senhor (1Cor 11,26). Entendem que em Jesus se dá a Páscoa definitiva, a passagem da morte para a vida, da escravidão para a liberdade. O próprio Jesus é a Páscoa, o próprio cordeiro pascal (1Cor 5,7). Por essa razão a celebração pascal, a ceia pascal cristã, não é apenas memória de algo acontecido, mas memorial, ou seja, atualização no aqui e agora da força libertadora da morte e ressurreição de Jesus.
É possível então concluir que apesar das manchas, como os sacrifícios humanos e os massacres das tribos que voltam para Canaã, a celebração da Páscoa é a celebração da vida e da libertação. Nós primórdios, celebração da vida que brota nos brotos das árvores, nas flores, e nos primeiros frutos. Na Páscoa judaica a celebração da libertação da canga da escravidão. Na Páscoa cristã o memorial da vitória de Jesus sobre a morte, o pecado e a injustiça.
Por essa razão podemos afirmar que não tem sentido celebrar a Páscoa se continuamos na escravidão, se permitimos que a injustiça impere, se permanecemos reféns do pecado. Por essa razão já o apóstolo Paulo convidava os membros das primeiras comunidades cristãs a viverem como pessoas ressuscitadas, rompendo com o “homem velho” para revestir-se do “homem novo” (Cl 3). Tal convite nasce da convicção de que Cristo já fez acontecer em nossas vidas a Páscoa definitiva, ou seja, essa passagem do velho para o novo: “ele nos ressuscitou e nos fez sentar nos céus em Jesus Cristo” (Ef 2,6). A Páscoa é ação já realizada nas nossas vidas pela potência da morte e ressurreição de Jesus. Em Cristo o Pai nos deu a vida e gratuitamente fomos salvos (Ef 2,5). Aliás, aqui está uma outra grande diferença da Páscoa cristã para as outras páscoas: o nosso Deus não exigiu sacrifícios, mas realizou tudo gratuitamente no Filho.
Diante de tudo isso permanece o desafio de celebrarmos a Páscoa de maneira plena, acreditando na força libertadora de Cristo e assumindo uma postura de pessoas ressuscitadas. Permanece o desafio de “fazer morrer” tudo aquilo que nega a Páscoa, a ressurreição, a vida, para abraçar atitudes e sentimentos que geram vida e vida em abundância (Cl 3,5-15). Sim, porque a Páscoa não é um ato mágico realizado por uma fada com sua varinha de condão, mas uma ação divina transformadora que depende da maneira como a acolhemos e vivemos. Haverá Páscoa quando nos dispusermos a cultivar novas relações, cientes de que neste mundo só existe um único Senhor, aquele que está nos céus (Cl 3,18-4,1).
E, infelizmente, ainda estamos muito distante desse espírito pascal. Bastaria um exemplo. Ao estudar o texto de Marconi, mencionado anteriormente, descobri que nos primórdios, muito antes da Páscoa judaica, havia no ritual da oferenda das primícias um lugar todo especial reservado à mulher, inclusive porque se acreditava que “só a mulher pudesse magicamente favorecer novas vidas” (p. 42). Hoje, na Páscoa cristã, a mulher está completamente relegada a um lugar secundário. Uma interpretação machista da Bíblia a colocou na pura e simples condição de dependente do homem, embora Paulo tenha afirmado claramente que na Páscoa de Jesus não há mais lugar para a discriminação da mulher (Gl 3,28-29). As Igrejas cristãs, salvo honrosas exceções, são machistas e discriminantes. As mulheres não ocupam cargos de direção e de poder, mesmo mais recentemente quando houve a "feminilização" das funções presbiterais e os presbitérios se encheram de gays e, tristemente, de pedófilos.
Diante do que vem acontecendo na Igreja, principalmente na Igreja Católica Romana, torna-se urgente resgatar a compreensão da Páscoa como a festa da vida e da libertação. Do contrário, tudo não passará de um teatro de péssima qualidade que as pessoas detestarão cada vez mais. Se a celebração da Páscoa não contribuir para arrancar as máscaras da Igreja só servirá para afastar ainda mais as pessoas dela mesma. De fato, hoje, como diz sabiamente Arturo Paoli, muitos “se afastam indignados de uma Igreja que dá provas de uma falta de sensibilidade tão elementar”.
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terça-feira, 30 de março de 2010
Eu acredito em pesquisas
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Agência de Notícias do Sertão combate trabalho infantil no semiárido baiano
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Lula tem razão, a mídia acha que notícia é notícia ruim
Por que a Band, a Rede Bahia, a Rede Globo et caterva não noticiam o início das aulas no Centro de Educação Científica do Semiárido, que já inscreveu 1.600 estudantes do Território do Sisal? A popularmente chamada Escola de Ciências de Serrinha, lá no meião do sertão, foi instalada nos moldes do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra, do Rio Grande do Norte. E tem um padrinho de peso: o médico paulista Miguel Nicolelis, um dos mais renomados cientista da atualidade, coordenador do laboratório de neurociências da Universidade de Duke (EUA).
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segunda-feira, 29 de março de 2010
DEVAGAR COM O ANDOR
O novo presidente vai dar continuidade a um governo que tem mais 80% de aprovação do povo ou vai fazer um "choque de gestão" na política econômica e acabar com os programas sociais, com o programa de aceleração do crescimento, o PAC, como disse Sergio Guerra, presidente do PSDB? O novo governo vai investir na Petrobras ou vai querer privatizá-la, eterno sonho do passado? O PROUNI será mantido, beneficiando milhões de alunos carentes, ou, como deseja o DEM, que apóia o candidato Serra, será extinto? O DEM não pode negar essa intenção porque entrou com ação no STF contra o PROUNI. Políticos do DEM e do PSDB acham o Bolsa Família um programa desnecessário, chamam de "bolsa esmola" o maior programa de transferência de renda já realizado, que erradicou da pobreza extrema milhões de brasileiros. O eleitor só vai poder fazer uma avaliação correta e escolher seu candidato, quando eles mostrarem os seus projetos de governo, seus planos de governo, os nomes para compor seu governo. O eleitor vai escolher seu candidato após os debates políticos promovidos pelos meios de comunicação, ao vivo, em que os candidatos vão expor seus pensamentos, seus projetos, seus planos para o futuro do país.
Os jornalões, os neoliberais, a direita burra, estão fazendo campanha eleitoral a todo vapor. Vão jogar sujo e pesado contra o governo Lula, contra a ministra Dilma. Tivemos como amostra uma ficha falsa do Dops nas páginas da Folha de São Paulo. Tudo isso faz parte dos projetos do tal Instituto Millenium para a volta ao poder da direita burra e carcomida, neoliberal, que quebrou o Brasil três vezes na era FHC.
Para terem uma idéia, vejam quem faz parte do tal Instituto: Civita, da editora Abril, os Marinho, da Globo, o Armínio Fraga, ex-Presidente do Banco Central do Brasil da era FHC, Gustavo Marini, sócio-fundador da Turim Family Office e diretor ¬ executivo do Banco Santander do Brasil. Antonio Carlos Pereira, editor de opinião do Jornal Estado de São Paulo. Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau. Essa é uma pequena amostra dos milionários da mídia, empresários e banqueiros, investindo alto na eleição do Serra.
Na verdade, eles estão investindo contra a grande maioria do povo brasileiro que foi muito beneficiado pelo governo Lula. Os pobres, os negros, o trabalhador. Muita atenção, pois vamos ter uma campanha eleitoral de baixo nível por parte da mídia, dos jornalões, como nunca antes se viu no Brasil. Vamos ter pesquisas manipuladas, notícias falsas, ilações e distorções perversas das ações do governo Lula.
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sábado, 27 de março de 2010
Redução da jornada beneficiará 18 milhões de brasileiros, diz OIT
O livro “Duração do trabalho em todo o mundo: Tendências de jornadas de trabalho, legislação e políticas numa perspectiva global comparada”, lançado nesta quinta (25) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em debate na Universidade de Brasília (UnB), conclui que, no caso de adoção das 40 horas semanais no Brasil, seriam beneficiados diretamente um contingente de 18,7 milhões de trabalhadores brasileiros.
Eles compõem 33,2% das pessoas ocupadas no país, ou seja, 31,9 milhões de trabalhadores e trabalhadoras. Dentro desse grupo, 58,6% trabalhavam em 2008 mais de 40 horas semanais enquanto 41,4% trabalhavam 40 horas ou menos por semana. Portanto, a redução da jornada às 40 horas semanais afetaria diretamente um contingente de 18,7 milhões de trabalhadores brasileiros.
Para o senador Inácio Arruda, autor da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 231/95, que reduz a jornada de trabalho no Brasil, de 44 para 40 horas semanais, o lançamento desse livro vem reforçar o atual momento da luta dos trabalhadores brasileiros pela redução da jornada. "Considero de extrema importância a iniciativa da Organização Internacional do Trabalho”, ressaltou.
Mudança Global
Segundo a pesquisa, feitas pelos especialistas da OIT Sangheon Lee, Deirdre McCann e Jon Messenger, em todo o mundo, cerca de 22% da força de trabalho, ou 614,2 milhões de trabalhadores, aproximadamente, trabalham mais de 48 horas semanais. Durante as últimas cinco décadas, apesar das substanciais diferenças regionais e do processo desigual para reduzir as horas da semana legal de trabalho, houve uma mudança global para um limite de 40 horas. Jon Messenger está no Brasil para o lançamento do livro.
Outra constatação apresentada no livro: o gênero e a idade parecem ser fatores importantes para determinar a duração do trabalho. Apesar do aumento da participação da mulher no trabalho remunerado, existe uma clara “brecha de gênero” em relação às jornadas de trabalho no mundo inteiro.
Os homens tendem a executar jornadas mais longas, enquanto que as mais curtas são geralmente desempenhadas por mulheres. O tempo que a mulher dedica à família e às responsabilidades domésticas restringe sua disponibilidade para o trabalho remunerado.
A idade é um fator menos influente, mas deixa de ser importante para determinar as horas trabalhadas. Os jovens e as pessoas em idade de aposentar-se trabalham menos horas e isto reflete, com frequência, as insuficientes oportunidades de trabalho para os grupos mencionados. As jornadas de trabalho para o grupo de idade mais avançada (65 anos ou mais) são substancialmente reduzidas.
Em todas as regiões do mundo em desenvolvimento, o trabalho informal responde por pelo menos metade da ocupação, do qual 60% consiste em um trabalho por conta própria. Enquanto nos países industrializados uma grande parte dos trabalhadores por conta própria trabalha jornadas muito prolongadas, nos países em desenvolvimento as jornadas são mais curtas (menos de 35 horas por semana).
A jornada de trabalho é uma dimensão importante na qualidade de emprego, tendo repercussões importantes na segurança e saúde do trabalhador, na combinação entre a vida pessoal e familiar e também na organização do trabalho dentro da empresa.
A OIT propõe que os acordos de tempo de trabalho decente devem satisfazer cinco critérios inter-relacionados: devem favorecer a saúde e a segurança no trabalho, ser compatíveis com a vida famíliar, promover a igualdade de gênero, reforçar a produtividade, e facilitar a escolha e influência do trabalhador no seu total de horas de trabalho.
Mais dados sobre o Brasil
Segundo a PNAD do IBGE, a população ocupada de 16 anos ou mais de idade trabalhou uma jornada média semanal de 40,8 horas. Apesar da média ser mais reduzida que o limite fixado na lei, houve um contingente expressivo de ocupados cujas jornadas semanais superavam este limite. Outros dados sobre o Brasil:
- Em 2008, 33,7% trabalhavam uma jornada superior às 44 horas semanais e 19,1% trabalharam uma jornada superior a 48 horas, enquanto 23,1% trabalhavam menos de 35 horas por semana;
- Existem diferenças entre as jornadas dos homens e das mulheres. A média de horas trabalhadas por semana pelos homens era de 44 horas, quase oito a mais do que a jornada das mulheres, de 36,4 horas. Além disso, a carga excessiva afeta mais os homens do que as mulheres. Em 2008, 24,7% das mulheres e 40,5% dos homens trabalhavam mais de 44 horas semanais;
- Apesar da jornada reduzida das mulheres, no conjunto das mulheres brasileiras ocupadas, uma expressiva proporção de 87,8% também realizava afazeres domésticos, enquanto que entre os homens tal proporção expressivamente inferior (46,5%);
- A média de horas dedicadas aos afazeres domésticos foi de 18,3 pelas mulheres e de 4,3 pelos homens ocupados, ou seja, 14 horas a menos e;
- Entre 1992 e 2008 houve uma redução da média de horas trabalhadas por semana de 42,8 horas para 40,9 horas. A redução mais significativa foi entre a população ocupada com jornada de trabalho semanal acima de 44 horas, de 43,3% em 1992 para 33,9% em 2008.
Da Sucursal de Brasília com informações da assessoria do senador Inácio Arruda
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A PAIXÃO DE CRISTO QUE SERÁ ENCENADA EM SENADOR POMPEU/CE NO DIA 02 DE ABRIL DE 2010 – Ainda terão os Caretas Espetáculo Coletivo que Vale à Pena ser

Pela manhã – Cortejo dos Caretas no Distrito Codiá
Continuando no dia seguinte, sábado de aleluia:
07:00h – Torneio de futebol no Engenheiro José Lopes0
A festa sagrada e profana dura uma semana, tendo seu ponto alto na sexta-feira santa e no sábado de Aleluia. Todavia é fruto de ensaio o semestre inteiro, envolvendo todos os habitantes do Distrito de Engenheiro, através de oficinas, ensaios da peça, confecção de cenário, do figurino, de forma direta e indireta envolvendo uma comunidade inteira, através da arte, da cultura. A saber:
Elenco: 44 jovens atores e atrizes
Produção: 12 pessoas
Costureiras: 05 costureiras da Fábrica Comunitária
Artesãos: 05 artesãos
Foto-cinegrafistas: 03
Assistentes: 05
Alimentação: 03
Total: 77 pessoas envolvidas diretamente
Indiretamente, envolve todas as famílias dos atores, escolas, associações, todo comércio, transporte, alimentos e hospedagem, que passam a orbitar o grande evento cultural.

O sagrado fica por conta da encenação da Paixão de Cristo, que tanto significado tem para os cristãos e pseudos-cristãos. Há o poder político opressor, há o humanismo de cristo, há a traição de Judas, há o romano invasor, há o fariseu que se vende para o romano, há Maria Madalena, há a tortura, há o terror, há aquele que lava as mãos, há o homicídio, há a pena de morte através da crucificação! Há a doce maternidade, há a solidariedade, há a politicagem.... Ainda há o bom e o mau ladrão, coisa que não falta no Brasil. Tudo que pode ser transportado para os dias modernos. Bastando fazer uma releitura e perceber que os mesmos personagens continuam vivos no dia-a-dia de todos, ao redor de todos.

1) Os caretas são os próprios habitantes da comunidade;
2) A maioria dos atores são de Engenheiro José Lopes;
3) Todo o figurino é elaborado por costureiras do Distrito;
4) Todo o cenário é confeccionado por maioria das pessoas da comunidade;
5) Conviver com o povo bem o interior do sertão;
6) Uma experiência sociológica riquíssima;
7) Local e fatos excelentes para fotógrafos e documentaristas;
8) Pode-se hospedar na própria comunidade ou na sede em Senador Pompeu;
9) Sentir de perto a fé e a luta de um povo por dignidade;
10) Ver de perto tudo que lembra uma clássica tragédia grega;
A direção do grupo e do espetáculo e do ator, poeta, produtor e militante cultural Fran Paulo, com ampla experiência na montagem de teatro de rua, em teatro fechado, festivais e grandes eventos. Quem se interessar em ver o espetáculo pode entrar em contato através de:
http://www.institutocasarao.blogspot.com/ - Blog onde pode-se ler mais sobre o espetáculo e o grupo, comunicando-se através de comentário;

E-mail 1: franpaulo@hotmail.comE-mail 2: samarauzina@hotmail.com
Postado por vitaloliveira@gmail.com às 14:30 0 comentários