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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O destino da Confecom

Acho ocioso este blogueiro reportar maiores detalhes da profusa produção da 1ª Conferência Nacional de Comunicação. O site da Conferência, “linkado” na lista de blogs e sites indicados pelo Cidadania, contém um cabedal de informações que artigo ou post nenhum poderá reproduzir com a mesma abrangência.
Depois de quase uma semana participando ativamente desse esforço monumental que foi construir a primeira edição da Confecom, apesar dos percalços, da organização precária do evento, dos desentendimentos, enfim, de todos os problemas, o produto extraído constitui uma verdadeira revolução nas comunicações do país.
Mesmo que algumas propostas ruins tenham sido aprovadas, acredito que a maioria delas seja de projetos revolucionários da comunicação brasileira, hoje uma das mais atrasadas do mundo.
É importante lembrar que parte do que a Confecom produziu poderá ser implantado imediatamente, por decreto do presidente da República, como no caso do revolucionário Conselho Nacional de Comunicação. Entretanto, há muita coisa – talvez a maior parte do que a Conferência produziu - que dependerá do Poder Legislativo.
Diante disso, cabe lembrar que tanto a minoria de propostas – que Lula poderá transformar em realidade por decreto – quanto a maioria delas – que o Congresso Nacional terá que votar –, podem simplesmente virar pó dependendo de quem ganhe a eleição presidencial do ano que vem.
As propostas que Lula venha a transformar em decretos poderão ser revertidas pelo novo – ou pela nova – presidente da República a ser eleito(a) no ano que vem. Já as propostas que o Congresso poderá votar em 2010 – ou não – , só se transformarão em realidade se Dilma se eleger. Se o eleito for José Serra, todo o esforço da Confecom terá sido em vão.
Na noite de quinta-feira, conversando com políticos de vários partidos num barzinho, ouvi que acham muito difícil que Lula não consiga eleger Dilma. Por uma questão de educação não citarei nomes, mas conheci um deputado do Democratas  que fez campanha para Lula em 2006 e que afirma que fará de novo no ano que vem.
Mas é bom que todos saibam que a Conferência Nacional de Comunicação, por enquanto, não passa de um conjunto de boas e de más intenções. Desta forma, quem deseja que a comunicação se modernize no Brasil deve primeiro torcer para que Dilma vire presidente.
Com base em declarações que ouvi de políticos aliados seus durante a semana que finda, garanto que o governador de São Paulo vem sendo “vitaminado” pela mídia por todos estes anos para que se eleja e reverta tudo o que este governo fez no que se refere à comunicação, e para impedir que aquilo que a Confecom produziu vire realidade.
O destino da Confecom ainda é absolutamente incerto.

Eduardo Guimarães

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