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terça-feira, 28 de julho de 2009

Uma marolinha

A economia dos Estados Unidos teve em junho uma perda de 467 mil postos de trabalho, o que elevou a taxa de desemprego no país para 9,5%, o nível mais alto em mais de 25 anos.
A economia do Chile dá novos sinais de recessão com o forte declínio na produção industrial e o aumento do desemprego. A produção da indústria sofreu queda interanual de 10,5% em maio de 2009 e somou oito meses de retração consecutiva, enquanto a taxa de desemprego subiu para 10,2% no trimestre móvel março-maio.

Agora, o Brasil: vide imagem acima, da manchete desta terça-feira do jornal mais oposicionista da atualidade.
A economia se recupera em todo país. Nos últimos meses, centenas de milhares de empregos foram criados. A confiança do brasileiro na economia atingiu o nível pré-crise. Os investimentos estão chegando, o dólar cai, a bolsa também já retornou ao patamar pré-crise, em suma, a economia brasileira, pode-se dizer, não sofreu mais do que uma marolinha diante dos problemas que o resto do mundo está enfrentando.
Aliás, quem me lê há mais tempo sabe que, para mim, nada disso é novidade. Em setembro do ano passado eu já dizia aqui – sob uma saraivada de discordâncias – que, ultrapassado aqueles dois trimestres críticos seguintes ao agravamento de uma crise que já vinha ensaiando recrudescer há, então, cerca de um ano antes, o país resistiria àquela crise que se avizinhava, como de fato acabou ocorrendo.
Aliás, pedi aqui, inúmeras vezes, para que as pessoas se lembrassem de minhas palavras, e fundamentei as razões pelas quais tinha aquela opinião, explicando que um país como este, no estágio de progresso e solidez de sua economia em que fora colocado por políticas de Estado corretas, teria tudo para resistir à crise.
Ora, primeiro que o país reduziu seu endividamento drasticamente de 2003 para cá, invertendo a curva de endividamento ascendente que se verificara na década passada. O comércio exterior, para o bem ou para o mal, no Brasil ainda é pequeno, apesar de ter crescido muito nesta década.
Além disso, o alargamento das fronteiras econômicas do Brasil para a Àfrica e para a Ásia, deixando para traz as políticas dos governos anteriores de concentração dos esforços comerciais do Brasil nos EUA e na União Européia, política que vigeu até 2002, permitiu-nos ser muito menos afetados pela queda dramática dos negócios com o mundo rico.
Somado a isso tudo, e contrariando a pregação da oposição tucano-pefelista-midiática, o governo Lula pôs o Estado como locomotiva dos investimentos, da normalização do crédito, da redução de impostos, enfim, de adoção de políticas públicas que, contrariando o velho cacoete neoliberal do “Estado mínimo”, deu a ele sua função adequada num momento como este, e o resultado está aí.
E sabem o que é o melhor disso tudo? Por mais que alguns poucos dotados de vozes guturais e amplificadas façam de conta que não vêem isso tudo, todo mundo está vendo e sentindo na pele que aquilo que acabo de escrever é a mais pura verdade.
Por Eduardo Guimarães

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