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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

...E ASSIM SE PASSARAM TREZE ANOS: DE ELDORADO DOS CARAJÁS AO DISCURSO NEOESCRAVOCATA DO DEM

Por Washington Pereira


No dia 17 de abril de 1996, em Eldorado dos Carajás, a Polícia Militar do estado do Pará foi responsável pela morte de dezenove trabalhadores rurais sem-terra, naquele que se tornou o mais conhecido de todos os massacres de camponeses que, cotidianamente, acontecem por este Brasil afora. Na época, o governador do Pará era o tucano Almir Gabriel e a Presidência da República era ocupada pelo outrora "Príncipe dos Sociólogos", Fernando Henrique Cardoso, da coligação tucano-pefelê. Hoje, treze anos depois, os sem-terra e seus defensores - como a Irmã Dorothy Stang - continuam sendo mortos, os responsáveis pelos crimes continuam a utilizar chicanas jurídicas para permanecerem impunes, a mídia continua demonizando o MST (dentro da lógica de culpar as vítimas pela ação dos criminosos) e os setores que estavam no governo à época - tanto à nível estadual, quanto federal - continuam a aprontar das suas. O líder do DEM (nome de fantasia do velho PFL) na Câmara de Deputados, Ronaldo Caiado (que se tornou conhecido nacionalmente, na década de 1980, como presidente da famigerada União Democrática Ruralista-UDR), tem feito de tudo para impedir a aprovação de um projeto de lei que prevê a desapropriação de terras onde existam, comprovadamente, trabalhadores sendo explorados em condições análogas ao trabalho escravo. Pois é: são estes mesmos setores que aparecem diariamente nos meios-de-comunicação criticando o governo e defendendo a "modernização das relações trabalhistas" no Brasil. Provavelmente, "modernizar" para eles significa o retorno à época moderna (lá pelos idos dos séculos XVII e XVIII) quando, nas possessões portuguesas do lado de cá do Atlântico, predominava um certo tipo de mão-de-obra , a escrava, do qual esses senhores parecem ter tanta saudade...

Abrobrinhas Psicodelicas

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