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terça-feira, 24 de novembro de 2009

POLITICA, POLITICA...NEGOCIOS À PARTE

Durante décadas, a baixo-estima do povo brasileiro fez prevalecer a máxima de que “tudo que fosse bom para os Estados Unidos, seria bom para o Brasil”. Calcado nessa premissa equivocada, a Diplomacia brasileira balizava a sua política externa tendo como bússola os interesses, nem sempre legítimos, da Casa Branca.
O servilismo ao governo do norte era tanto, que se permitiam ingerências na política interna nacional, num claro desrespeito consentido à nossa soberania enquanto Estado independente.

Não surpreende, portanto, que setores da imprensa tupiniquim – talvez ainda presos ao complexo de cachorro magro – gastem tanta tinta e papel para atacar a política externa do governo Lula, conduzida num claro propósito de ampliar o dialogo comercial e político com o resto do mundo, sem se deixar contaminar por eventuais contenciosos que alguns Países possam manter com os Estados Unidos.

O Itamaraty deixou de ser um apêndice da política externa americana para assumir o papel de relevância que dele se espera o povo brasileiro.

Três episódios recentes marcam a nossa postura independente no cenário mundial. O primeiro, de cunho essencialmente político, diz respeito à posição do governo brasileiro diante da crise de Honduras. Enquanto os Estados Unidos apóiam as eleições gerais marcadas para o próximo domingo pelo governo golpista de Roberto Micheletti, o Brasil se posiciona de forma contrária, desconhecendo o resultado das eleições hondurenhas, já que o Presidente Zelaya, vitima do golpe, não fora reconduzido ao cargo.


O segundo, aí de natureza mais econômica que política, se refere à proposta de adesão da Venezuela ao MERCOSUL, defendida pelo governo brasileiro, mas atacada por setores retrógados ou mal intencionados da sociedade. Conhecido por sua posição antiamericana, o Presidente venezuelano, Hugo Chaves, tem sido importante parceiro do Brasil no comercio bi-lateral Brasil/Venezuela, amplamente favorável à nossa balança comercial.

Ignorando as relações, pouco ou nada amistosas, entre a Venezuela e os Estados Unidos, o governo brasileiro avança sobre um mercado que só no ano passado, em plena crise, respondeu por significativos 29% de todo o saldo do nosso comercio exterior.

O terceiro e mais emblemático episódio, gira em torno da controversa visita do Presidente do Irã, Mohmoud Ahmadinejad ao Brasil. Enquanto a Casa Branca se avermelha de raiva ante a presença de um dos seus mais ferrenhos adversários em território brasileiro, o Palácio do Planalto prefere lançar seu olhar para um mercado de mais de 80 milhões de consumidores iranianos, não permitindo que contenciosos que não são nossos, interfiram em nossas relações comerciais e políticas. POLITICA, POLITICA... NEGÓCIOS À PARTE

Fonte: Blogão do Pereira

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