É trágico. O economista com doutorado na Sorbonne (Université Paris I), consultor legislativo e diretor do IPEA, Mário Lisboa Theodoro, foi confundido como segurança por um guardador de carro no estacionamento do Senado Federal, do qual é funcionário de carreira. Afinal, o Brasil ainda é assim, quando um negro põe um terno é porque é segurança.
Mário Lisboa Theodoro é o único diretor negro do principal órgão formulador de políticas públicas e de planejamento do Estado brasileiro. Ele é diretor de Estudos, Cooperação Técnica e Políticas Internacionais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) que, aliás, está anunciando que, no próximo ano, deverá realizar um estudo sobre a entrada no mercado de trabalho de alunos que foram cotistas em universidades públicas.
Li a reportagem no Jornal do Brasil, mas as informações são da Agência Brasil. Mário Lisboa Theodoro é uma exceção à regra. Segundo o IBGE, das pessoas com 25 anos ou mais de idade e com 15 anos ou mais de estudo, apenas 3,3% se declaram “preta”, enquanto 78,1% são “brancos”. Por causa dessa desigualdade, encontrar um negro com alta escolaridade e bem empregado chega a surpreender. Logo, não é absurdo que o guardador de carro tenha confundido o economista com doutorado na Sorbonne com um segurança de paletó.
Na avaliação de Mário Lisboa Theodoroas as cotas quebram um ciclo vicioso em que as famílias colocam seus membros nas universidades enquanto outros grupos não conseguem.
É preciso ter diversidade étnica e cultural em áreas estratégicas da administração pública e do setor privado. Não precisamos mudar a cor da elite e sim de uma sociedade menos elitista e desigual.
Fico sempre pensando como é que o pessoal branco do DEM – como o deputado ACM Neto, por exemplo - consegue justificar suas posições contra as cotas nas universidades. Muito provavelmente é porque nunca sentiram na pele a discriminação. Ninguém chega para esse pessoal e diz que eles são nazistas. A ideologia deles é invisível.
Oldack Miranda
Fonte: Bahia de Fato
Mário Lisboa Theodoro é o único diretor negro do principal órgão formulador de políticas públicas e de planejamento do Estado brasileiro. Ele é diretor de Estudos, Cooperação Técnica e Políticas Internacionais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) que, aliás, está anunciando que, no próximo ano, deverá realizar um estudo sobre a entrada no mercado de trabalho de alunos que foram cotistas em universidades públicas.
Li a reportagem no Jornal do Brasil, mas as informações são da Agência Brasil. Mário Lisboa Theodoro é uma exceção à regra. Segundo o IBGE, das pessoas com 25 anos ou mais de idade e com 15 anos ou mais de estudo, apenas 3,3% se declaram “preta”, enquanto 78,1% são “brancos”. Por causa dessa desigualdade, encontrar um negro com alta escolaridade e bem empregado chega a surpreender. Logo, não é absurdo que o guardador de carro tenha confundido o economista com doutorado na Sorbonne com um segurança de paletó.
Na avaliação de Mário Lisboa Theodoroas as cotas quebram um ciclo vicioso em que as famílias colocam seus membros nas universidades enquanto outros grupos não conseguem.
É preciso ter diversidade étnica e cultural em áreas estratégicas da administração pública e do setor privado. Não precisamos mudar a cor da elite e sim de uma sociedade menos elitista e desigual.
Fico sempre pensando como é que o pessoal branco do DEM – como o deputado ACM Neto, por exemplo - consegue justificar suas posições contra as cotas nas universidades. Muito provavelmente é porque nunca sentiram na pele a discriminação. Ninguém chega para esse pessoal e diz que eles são nazistas. A ideologia deles é invisível.
Oldack Miranda
Fonte: Bahia de Fato
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