Nesta segunda-feira, assisti pela Telesur coletiva de imprensa concedida pelo presidente golpista de Honduras, Roberto Michelleti, e por membros de seu gabinete de governo. A postura dos golpistas deu pistas importantes.
Perguntado sobre o que pretende fazer ao fim do prazo de dez dias que seu “governo” concedeu ao Brasil para definir o “status” de Manuel Zelaya, o golpista Michelleti se mostrou bem mais conciliador do que suas últimas ações deixaram ver.
Um dos aspectos da entrevista que chamou mais a atenção foi a disposição dos golpistas de se exporem a saraivada de perguntas incômodas que fazia Michelleti e seus gorilas mostrarem evidente desconforto.
Conciliador, Michelleti disse que manda “um abraço” a “Lula da Silva”, disse que o “respeita” e ao nosso país, pregou “diálogo” e garantiu que não pensa em mandar invadir a embaixada brasileira ao fim do prazo de dez dias dado ao Brasil.
Também disse que fechou e censurou veículos de imprensa opositores “em nome da liberdade de imprensa”, porque eles estariam promovendo “desordens e tumultos”.
A explicação para toda essa doçura é bem simples. Navegando por sites, blogs noticiosos e por perfis do Twitter da América Latina, tomei conhecimento de duas notícias importantes.
A primeira notícia é a de que cresce no exército hondurenho o contingente disposto a se rebelar contra os golpistas. O movimento de descontentamento vem da sociedade em todas as classes sociais, igualmente afetadas pela crise em variadas medidas.
A segunda notícia é a de que um coronel do exército hondurenho declarou que seu país não está preparado para resistir a uma intervenção dos capacetes azuis da ONU, o que pode acabar acontecendo se persistir a escalada dos golpistas.
Outro fato importante foi o reconhecimento de Michelleti durante a coletiva de imprensa de que não há clima para a realização de eleições, apesar de ter enrolado e não respondido se elas serão suspensas ou adiadas.
A impressão que tive foi a de que a coragem dos golpistas é muito maior contra os hondurenhos pobres que eles têm prendido, espancado, torturado e assassinado. Diante de embate em igualdade de condições, fugirão como ratos assustados.
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