Na tarde de 15 de setembro de 2008, segunda-feira, em Santiago do Chile, aconteceu uma reunião de cúpula integrada por todos os chefes de Estado da América do Sul, com exceção do presidente do Peru, Alan García.
A edição do Jornal Nacional do mesmo dia, porém, além de ter jogado quase para seu fim a cobertura do fato mais importante do momento para a América do Sul (onde fica a sede das Organizações Globo), apresentando antes uma extensa e soporífera reportagem sobre a alta do dólar (causada pelos tremores na economia americana), uma reportagem que mostrou bacanas choramingando porque as contas dos gastos que fizeram com cartão de crédito no exterior ficarão mais caras, o telejornal mentiu descaradamente sobre o motivo de o presidente do Peru ter faltado à reunião de cúpula da Unasul.
Willian Bonner, âncora do JN, afirmou que o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, estava preocupado com possibilidade que veria de o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, dar algum “show” retórico contra os Estados Unidos devido às acusações do próprio venezuelano e do presidente da Bolívia, Evo Morales, de a superpotência estar por trás do levante violento da oposição boliviana. E insinuou que o presidente peruano teria faltado ao encontro de chefes de Estado por isso.
A verdade é bem outra. Alan García não compareceu – e mandou um representante – porque no Peru é preciso autorização do Congresso para o presidente deixar o país e, assim, não houve tempo para o presidente peruano obter tal autorização.
A péssima cobertura do JN sobre a reunião da Unasul desprezou fatos “quentes” como a recusa do conclave de chefes de Estado de permitirem que os governadores revoltosos da Bolívia, mentores dos conflitos em curso naquele país, participassem do encontro em Santiago do Chile.
Segundo o porta-voz da decisão da Unasul, o subsecretário de Assuntos Latino-Americanos da Chancelaria argentina, Agustín Colombo Sierra, governadores não podem participar de uma reunião de presidentes.
Fonte: Cidadania.com
0 Comments:
Post a Comment