Neste ano em que se programa a primeira Conferência Nacional de Comunicação no país (em princípio, para dezembro próximo, em Brasília) nada como um bom livro para esquentar o debate. A todos recomendo, portanto, A Ditadura da Mídia do jornalista Altamiro Borges, prefaciado pelo professor Venício A. de Lima e com comentários de Laurindo Lalo Leal Filho, ambos já entrevistados neste blog.
Por José Dirceu, em seu blog
Em seu texto de apresentação, Altamiro aponta o paradoxo da mídia hegemônica: "Ela nunca foi tão poderosa no mundo e no Brasil”, porém “também nunca esteve tão vulnerável e sofreu tantos questionamentos da sociedade”.
Sobre o caso brasileiro, o jornalista afirma que "a mídia controlada por meia-dúzia de famílias também esbanja poder, mas dá vários sinais de fragilidade". E conclui lembrando que, “na acirrada disputa sucessória de 2006, o bombardeio midiático não conseguiu induzir o povo ao retrocesso político”.
O livro é uma peça de denúncia política
Como o próprio autor define, seu livro não é uma obra acadêmica, mas “uma peça de denúncia política”. E mais: “Não é neutra, nem imparcial, mas visa desmascarar o nefasto poder da mídia hegemônica e formular propostas para a democratização dos meios de comunicação".
Daí sua importância e dos capítulos propostos: “Poder mundial a serviço do capital e das guerras”; “A mídia na berlinda na América Latina rebelde”; “Concentração sui generis e os donos da mídia no Brasil”; “De Getúlio a Lula, histórias da manipulação da imprensa”; e “Outra mídia é urgente: as brechas da democratização”.
Altamiro também ressalta que “o governo Lula, com todas as suas vacilações, adota medidas para se contrapor à ditadura midiática, como a criação da TV Brasil e a convocação da primeira Conferência Nacional de Comunicação”.
Leia o texto de apresentação do livro de Altamiro e compre o seu exemplar.
Lançado o livro A Ditadura da Mídia
A mídia hegemônica vive um paradoxo. Ela nunca foi tão poderosa no mundo e no Brasil, em decorrência dos avanços tecnológicos nos ramos das comunicações e das telecomunicações, do intenso processo de concentração e monopolização do setor nas últimas décadas e da criminosa desregulamentação do mercado que a deixou livre de qualquer controle público. Atualmente, ela exerce a sua brutal ditadura midiática, manipulando informações e deturpando comportamentos. Na crise de hegemonia dos partidos burgueses, a mídia hegemônica confirma uma velha tese do revolucionário italiano Antonio Gramsci e transforma-se num verdadeiro “partido do capital”.
Por outro lado, ela nunca esteve tão vulnerável e sofreu tantos questionamentos da sociedade. No mundo todo, cresce a resistência ao poder manipulador da mídia, expresso nas mentiras ditadas pela CNN e Fox para justificar a invasão dos EUA no Iraque, na sua ação golpista na Venezuela ou na cobertura tendenciosa de inúmeros processos eleitorais. Alguns governantes, respaldados pelas urnas, decidem enfrentar, com formas e ritmos diferentes, esse poder que se coloca acima do Estado de Direito. Na América Latina rebelde, as mudanças no setor são as mais sensíveis.
No caso do Brasil, a mídia controlada por meia dúzia de famílias também esbanja poder, mas dá vários sinais de fragilidade. Na acirrada disputa sucessória de 2006, o bombardeio midiático não conseguiu induzir o povo ao retrocesso político. Pesquisas recentes apontam queda de audiência da poderosa TV Globo e da tiragem de jornalões tradicionais. O governo Lula, com todas as suas vacilações, adota medidas para se contrapor à ditadura midiática, como a criação da TV Brasil e a convocação da primeira Conferência Nacional de Comunicação.
Este quadro, com seus paradoxos, coloca em novo patamar a luta pela democratização da mídia e pelo fortalecimento de meios alternativos, contra-hegemônicos, de informação. Este desafio se tornou estratégico. Sem enfrentar a ditadura midiática não haverá avanços na democracia, nas lutas dos trabalhadores por uma vida mais digna, na batalha histórica pela superação da barbárie capitalista e nem mesmo na construção do socialismo. Aos poucos, os partidos de esquerda e os movimentos sociais percebem que esta luta estratégica exige o reforço dos veículos alternativos, a denúncia da mídia burguesa e uma plataforma pela efetiva democratização da comunicação.
O livro A Ditadura da Mídia tem o modesto objetivo de contribuir com este debate. Não é uma obra acadêmica, mas uma peça de denúncia política. Ela não é neutra nem imparcial, mas visa desmascarar o nefasto poder da mídia hegemônica e formular propostas para a democratização dos meios de comunicação. O livro foi prefaciado pelo professor Venício A. de Lima, um dos maiores especialista no tema no país, e apresenta também um comentário do jornalista Laurindo Lalo Leal Filho, ouvidor da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Ele reúne cinco capítulos:
1- Poder mundial a serviço do capital e das guerras;
2- A mídia na berlinda na América Latina rebelde;
3- Concentração sui generis e os donos da mídia no Brasil;
4- De Getúlio a Lula, histórias da manipulação da imprensa;
5- Outra mídia é urgente: as brechas da democratização.
O exemplar custa R$ 20. Na venda de cotas para entidades (acima de 50 exemplares), o valor unitário é de R$ 10. Para adquirir sua cota, escreva para: livro@vermelho.org.br
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