Pesquisar neste blog

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Greve da PMBA

     Nunca fui nem sou contrário ao direito de greve. Nunca discordei de que a situação da segurança pública na Bahia é gravíssima. Não só pelo desaparelhamento, despreparo psicológico, desânimo, medo e principalmente pelo vergonhoso salário que os servidores (escravos) do serviço de (in)segurança pública recebem. Concordo com a greve! Entretanto, não posso concordar com o "modus operandi". Sei que num embate desse, muitas notícias são plantadas por quem está no poder para desqualificar o movimento. Mas há indícios fortes de que realmente militares fizeram ato de terrorismo e vandalismo como estratégia para intimidar o governo. O fato da categoria reduzir tão rapidamente de 06 para 02 os itens da pauta de reinvindicações, e sobretudo, sendo a principal delas que sejam anistiados (perdoados) TODOS os militares que aderiram ao movimento é uma indicação de que a própria categoria reconhece que membros da corporação praticaram atos de banditismo.
     Concordo que sejam anistiados os que de forma legítima aderiram ao movimento. Não concordo com a proibição de militar fazer greve. Isso fragiliza a categoria. Entendo ainda que uma greve de militares que trabalham no serviço ostensivo da segurança pública não pode ser deflagrada nem operacionalizada da mesma forma que as demais categorias. Além do mais, não posso admitir ser legítimo que policiais, armados com armamento do estado, que têm porte de arma, que têm a missão de garantir a ordem, se utilizem da força bélica para defender interesse da categoria e enfrentem a problemática com o uso da arma de fogo, ao invés da arma do diálogo. Se o governo não dialoga, o diálogo com a população tem ser ampliado. Por outro lado, como acusar o governo de não dialogar, se a arma em punho é a mais contundente prova de que quem a põe em mira, não dialoga e sim DITA? Militar é servidor público como os demais. Os servidores civis não têm porte de arma e mesmo assim conseguem fazer greve, reivindica, negocia, perde e ganha. Porque com a polícia tem que ser diferente? Não são capazes de negociar? Não têm convicção do que querem? Não sabem dialogar? Precisam ocupar ônibus com truculência, mandar os passageiros descerem sob a mira de armas de homens encapuzados e/ou de cara limpa? Interromper o trânsito da principal avenida da cidade? Não têm consciência de que se fosse outra categoria que fizesse tal absurdo, seria ela, a polícia, que seria chamada para restabelecer a ordem, prender e colocar os agentes deste ato à disposição da justiça para que esta lhes impusesse os rigores da lei? Onde está a coerência? A polícia pode fazer greve com vandalismo/banditismo? Aterrorizar a população?
     Para finalizar, manifesto publicamente minha solidariedade aos Policiais Militares que com coerência, ordem e respeito à cidadania enfrentam corajosamente o desafio de realizar um movimento paredista, mesmo quando a lei arbitrariamente, em minha opinião, não lhes reconhece tal direito.

0 Comments:

Acessos