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sábado, 22 de maio de 2010

Vaticano lava mais branco. O papa Ratzinger terá desagradável surpresa por carta rogatória

–1. O papa Joseph Ratzinger, na próxima semana, deverá sentir odor de dinheiro sujo, ao tomar contato com uma carta rogatória que será enviada ao estado do Vaticano. Acostumado ao odor de santidade emanados dos altares, Ratzinger poderá ter náuseas.

A rogatória será expedida pelo estado italiano, por solicitação de magistrados do Ministério Público de Perúgia. Ratzinger, talvez, se assuste com a volta, para o Vaticano, dos fantasmas de Roberto Calvi e Michelle Sindona, conhecidos como banqueiros de Deus e da Máfia.

Não foi sem causa ter Ratzinger dito, no domingo passado (16/5/2010), que “o pecado na Igreja é o verdadeiro inimigo a se combater”.

Como se percebe, Ratzinger vive tempos difíceis. No domingo passado, contou com o apoio de 200 mil fiéis, na na praça de São Pedro. Tratatou-se de uma rede de solidariedade diante das suspeitas de ter Ratzinger, para evitar escândalos a macular a Igreja, se omitido diante de casos de clérigo pedófilos.

–2. A primiera carta rogatória cuida de (1) lavagem de dinheiro sujo por meio de instituições religiosas e (2) de movimentações em contas-correntes no banco do Vaticano, conhecido por “Istituto per Le Opere Religione” (IOR), nascido após o escândalo do banco Ambrosiano, onde pontificaram os supracitados Roberto Calvi e Michelle Sindona.

–3. Na mira dos magistrados de Perúgia estão a ‘Congregazione Missionari del Preziossimo Sangue di Gesù’ e a ‘Propaganda Fide’, esta fundada em 1622 para cuidar da evangelização dos povos. A ‘Porpaganda Fide’ detém um patrimônio imobiliário no centro histórico de Roma avaliado em 9 bilhões de euros.

Da rogatória poderão constar, também, pedidos de quebras de segredos bancários dos monsenhores Francesco Camaldo e de Evaldo Biasini, respectivamente com 60 e 83 anos de idade.

–4. Os magistrados de Perúgia investigam concessões de obras e serviços públicos a favorecer uma “cricca” (bando) comandada pelo construtor Diego Anemone e pelo engenheiro Angelo Balducci, correntista do IOR, membro leigo da ‘Propaganda Fide’ e ex-presidente do Conselho Superior de Obras Públicas da Itália. Segundo as investigações, a Construtora Anemone já restaurou imóveis da ‘Propaganda Fide’, além de reformas de igrejas.

Parêntese: Balducci, há quase dez anos, é o responsável pelas obras públicas. Ele é sempre mantido no posto, quer seja o governo de esquerda ou de direita. Em Florença, Balucci é alvo da magistratura, por superfaturamento em obras dedicadas à construção da Scuola dei Marescialli.

–5. Em troca de favores, a Construtora Anemone (dois irmãos são sócios), por prestanomes, trocava concessão de obras públicas por apartamentos de luxo ou feituras de via reformas estruturais e decorativas.

Segundo os magistrados de Perúgia, os beneficiários seriam políticos, prelados e altos funcionários públicos, como, por exemplo, o general Francesco Pitorru, carabineiro lotado no serviço secreto e que levou dois apartamentos, e Ercole Incalca, o homem forte do ministério da Infraestrutura.

–6. Diego Anemone, o mais exposto dos irmãos, também cuidava de prestar favores sexuais. Estes eram prestados nas magníficas e luxuosas instalações do Salaria Sport Village, um centro de relaxamento pertencente a Anemone, com duas brasileiras no quadro de empregados: Monica da Silva Medeiros, fisioterapeuta, e a promoter Regina Profeta.

–7. O monsenhor Camaldo goza de prestígio na alta sociedade italiana, tem blog, facebook e recita orações no You Tube. Camaldo, em função religiosa, é quem coloca o solidéu na cabeça de Ratzinger, estica-lhe os paramentos e segura o microfone. Como escriturário, Camaldo participa do secreto conclave de eleição do papa e elabora a ata.

Para Laid Hidri Fathi, motorista tunisiano do construtor, Camaldo abriu as portas do Vaticano para a dupla Anemone e Balducci. Sem saber que estava na mira das investigações, Camaldo, quando da prisão preventiva de Balducci, deu declarações à imprensa: “ É uma pessoa de absoluta transparência moral, conhecida e estimada no Vaticano”.

–8. O monsenhor Biasini, responsável pela direção financeira da Congregazione Missionari del Preziossimo Sangue di Gesù, fez dela, como confessou, um caixa 2 da construtora de Anemone.

Por meio de um esquema de corrupção, a construtora foi contemplada com as obras públicas destinadas aos encontros do G8 na ilha Maddalena (Sardenha-2009), ao Mundial de natação (Roma-2009) e às futuras comemorações dos 150 anos de Unificação da Itália (2011).

Anemone desembolsou 900 mil euros para completar a compra de um luxuoso apartamento, com vista para o Coliseu. Os 900 mil euros saíram do caixa2 gerenciado pelo monsenhor Biasini.

O contemplado com o apartamento foi o ministro Claudio Scajola, da pasta de Obras Públicas e que só pagou parte do preço final estabelecido em 1,7 milhão de euros: teria pago do seu bolso apenas 1/3 do preço final.

O apartamento pertencia às irmãs Beatrice e Barbara Papa, que provaram ter recebido, à vista, 1,7 milhões de euros.

A escritura de compra e venda foi passada em nome de Scajola, por valor inferior a 660 mil euros.

O arquiteto Angelo Zampolini, da “gang” de Anemone, fez a entrega de 80 cheques distintos às vendedoras, no total de 900 mil euros. Ou seja, para despistar, Zampolini trocou, no Deutche Bank, os 900 mil euros, tirados do caixa2 do monsenhor Biasini, por 80 cheques ao portador.

Sem ter o que dizer, Scajola pediu demissão do ministério. Ele se recusa a dar declarações à imprensa. O argumento que usa, com a maior cara de pau, sem corar, é que o processo corre em segredo de Justiça e, por isso, não pode dizer nada.

–9. Um novo filão de apurações começará em breve, segundo vazado da procuradoria de Perúgia. Trata-se de suspeita de roubalheira no Ano Jubilar, onde o Estado italiano e a Igreja mantiveram parceria.

O jubileu, também chamado Ano Santo, é uma festa da Igreja católica dedicada à remissão dos pecados.

Muitos passam pela Porta Santa da basílica de São Pedro e acreditam ter deixado os pecados na soleira.

A cada 25 anos são abertas as quatro portas santas existentes. Essas portas ficam nas quatro basílicas subordinadas ao papa, que o vigário de Roma : San Pietro, San Giovanni in Laterano, San Paolo fuoti mura e Santa Maria Maggire.

O último ano jubilar ocorreu em 2000, quando Carol Wojtyla era o papa.
Como todos os milagres estavam perdoados, muita gente, consoante desconfiam os magistrados do ministério Público, “roubou” nas construções e nas atividades voltadas às preparações da cidade de Roma para as festas e às recepções dos fiéis e turistas.

Os membros da magistratura do ministério público de Perúgia, a partir de superfaturamentos, começaram a puxar um fio, que vai alcançar o período jubilar de 2000.

Wálter Fanganiello Maierovitch


1 Comment:

Jeferson Cardoso said...

A Igreja é comandada por homens e estes não são perfeitos. O nosso intercessor é Jesus.
Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com

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