LXXIV da Fundação - 03.04.1934
Roma - Itália
Nós presbíteros, residentes no Pontifício Colégio Pio Brasileiro, provenientes de 67 Dioceses do Brasil, 2 Congregações Religiosas, 1 Diocese da Angola, 6 Dioceses entre Chile, Colômbia, Equador, Venezuela, Panamá, 101 estudantes distribuídos em 11 Pontifícias Universidades em Roma, nos colocamos solidários com os Bispos do Regional Norte II do Brasil: Dom José Luiz Azcona, da Prelazia do Marajó; Dom Flávio Giovenale, da Diocese de Abaetetuba e Dom Erwin Kräutler, da Prelazia do Xingu, que estão sendo perseguidos e, inclusive, ameaçados de morte por defenderem irmãs e irmãos excluídos e por denunciarem a violação dos direitos humanos na região. A perseguição a estes três pastores da Igreja Povo-de-Deus incomoda e angustia a nós seus irmãos e filhos e a luta deles é também a nossa.
Para nós eles são o sinal do Cristo Ressuscitado que vive no meio do seu povo. Sendo fiéis ao Evangelho, compreendemos que esta também é a nossa missão. "Se me perseguiram, também perseguirão vocês..." (João 15.20). Com Cristo somos alimentados e fortificados, com eles recebemos um forte testemunho da Verdade que nos encoraja. "Todos odiarão vocês por minha causa, mas aquele que perseverar até o fim será salvo." (Mt 10.22).
Na comunhão em Jesus Cristo, queremos estar juntos aos três profetas agredidos em sua missão. A causa que eles defendem queremos fortificá-la, pois suas denúncias também são nossas: a desapropriação das terras dos indígenas, o abandono dos pequenos agricultores, a exploração sexual de crianças e adolescentes e o tráfico de mulheres, a violência urbana e ameaças às lideranças do povo, a evasão escolar na região, a degradação do meio ambiente e a exploração ilícita de madeiras e o tráfico de drogas. Esta situação nos deixa inquietos e nos exige um testemunho cristão.
Fomos enviados pelas nossas comunidades, bispos e provinciais à formação presbiteral continuada e especializada. A partir de nossos estudos nos sentimos cada vez mais próximos de tantas irmãs e irmãos sofridos e excluídos em nossas regiões e que esperam uma presença e testemunho profético de seus pastores. Temos também consciência, das lutas travadas por tantos homens e mulheres: religiosos e religiosas, presbíteros e bispos, leigos e leigos na defesa da vida junto ao povo na grande Região Amazônica.
Queremos exigir das autoridades competentes investigações sérias e proteção total aos nossos pastores sob ameaças. Esperamos uma posição decisiva para que impunidades e injustiças, frutos do descaso político e da ambição econômica, não prevaleçam. Que o solo verde da Amazônia não se torne árido e sangrento!
Em Cristo Bom Pastor, Ressurrecto e vencedor de todas as ameaças de morte.
Roma - Itália, 09 de maio de 2008.
Fonte: http://www.adital.org.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=32981
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